Castro Verde: Dois bombeiros da corporação de Cuba feridos no fogo. Há um desaparecido.


Bombeiro da corporação de Cuba, com 45 anos, ferido em fogo de Castro Verde com 95% do corpo queimado. Outro operacional, de 30 anos, do mesmo Corpo de Bombeiros também com queimaduras graves. Há um homem desaparecido.

Três bombeiros ficaram feridos, esta segunda-feira, ao final da tarde, na sequência de um incêndio que mobiliza mais de uma centena de homens na região de Castro Verde, no Alentejo. No combate, encontram-se três meios aéreos.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Beja revelou que o alerta para o fogo, de “grandes dimensões”, foi dado às 17.07 horas. As chamas começaram em Lagoa da Mó, junto a Entradas, atravessaram o IP2 e progridem para Este, tendo já invadido o Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho (CEAVG).

A EN2 foi cortada ao trânsito durante 40 minutos entre Castro Verde e a localidade de Carregueiro, especificou fonte da GNR. O IP2, a estrada R2, que liga a localidade de Entradas e Carregueiro, foi também reaberta. O fogo já passou na Estrada Nacional 123 e dirige-se agora para a localidade de Santa Bárbara de Padrões, perto da Mina de Neves-Corvo.

Segundo o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito, três bombeiros ficaram feridos no combate às chamas. Um dos bombeiros sofreu ferimentos ligeiros e já se encontra no quartel da Castro Verde.

Os outros dois feridos, da corporação de Cuba, têm queimaduras de 1.º e 2.º graus e serão transportados para hospitais em Lisboa. O ferido mais grave com 45 anos tem 95% do corpo queimado, o outro bombeiro tem 30 anos e 45% de queimaduras.

Foi ativado o helicóptero do INEM baseado em Évora para prestar auxílio aos bombeiros, que deverão ser encaminhados para um hospital em Lisboa. Um autotanque dos bombeiros de Castro Verde capotou nas operações de combate ao fogo, mas do acidente não resultaram feridos.

O combate às chamas mobiliza perto de uma centena de operacionais de várias corporações da região, com o auxílio de 28 viaturas e de três meios aéreos. Ao que o Lidador Notícias (LN) apurou, as autoridades procuravam um pastor que esteve com o rebanho nas proximidades do fogo.

Aglomerado populacional em risco

A cerca de 10 kms de Castro Verde, junto à EN 123 na ligação a Mértola, localiza-se o Monte da Galeguinha, um aglomerado com 7 casas, onde estão posicionadas cerca de uma dezena de viaturas dos bombeiros à “espera do fogo” a fim de evitar que o monte seja consumido pelas chamas.
Dois graves problemas que ajudam à propagação das chamas
Entre 1 de março e 31 de outubro é proibido aos agricultores “mobilizarem as terras”, ou seja proibido lavar as terras, têm que ficar com cobertura vegetal, ou seja o pasto seca e fica material combustível.
Os agricultores e criadores de gado, deixaram de ter terrenos lavrados, onde em caso de incêndio onde concentravam os animais e assim evitavam ser devorados pelas chamas
É proibido fazer aceiros com mais de três metros. Antes, os agricultores lavraram a terra num espaço de três metros para o interior da propriedade, o que em caso de incêndio, evitava que o mesmo se propagasse a terras contíguas ou pudesse “passar” uma estrada de terra batida ou alcatrão.
 
Opinião
Ao LN um agricultor revelou que “as chamas pegam no pasto e searas secas pelo imenso calor e com a ajuda do vento ganham uma velocidade incontrolável. Morreram muitas cabeças de gado, de ovelha e vacas”.
Teixeira Correia
(jornalista)

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