Coronavírus: Bejense, treinador de futebol, que deixou a China, alerta para o civismo.


António Franco, 39 anos, mas desde criança que vive em Beja apesar de ter nascido em Serpa, é treinador de futebol e há cerca de 5 anos que trabalha na China, mas estava de férias em Portugal quando surgiram as primeiras notícias sobre o Coronavírus.

Só depois de estar em solo chinês é que verdadeiramente se apercebeu da dimensão e gravidade da situação. António Franco vive em Changzhou, a cerca de 600 quilómetros de Wuhan, a cidade que o epicentro do COVID-19, de onde só deveria regressar no próximo mês de abril, mas desde o final de janeiro que regressou a Beja.

De uma forma emotiva mas muito racional, António Franco publicou nas redes sociais um texto onde fala dos perigos da doença deixando também conselhos que os chineses foram obrigados a seguir para que a propagação da infeção fosse dominada.

“Vivi na primeira pessoa o COVID-19 e o que ao princípio não parecia ser nada, num dia tomou grandes proporções e no outro tornou-se incontrolável”, começou por escrever o treinador, que justificou que se passou do “isto não vai ser nada, para um caos e pânico generalizado”, rematou.

António Franco descreveu que vivia na província de Jiangsu, com 80,4 milhões de habitantes, ocorreram 631 casos, todos curados e que na sua cidade Changzhou, registaram 51 e os 51 foram todos curados, e que três meses depois, há ZERO casos em toda a área de Jiangsu.

Tendo vivido in-loco o “arranque” do Coronavírus, o jovem treinador deixa alguns conselhos considerando “fundamental” seguir as recomendações das autoridades e respeitar de “forma séria, responsável e sem pânicos exagerados”, sustentando que todos devemos evitar “ser uma nova Itália”, com certeza que também não é indo para as praias e centros comerciais, “devemos ser socialmente responsáveis”, concluiu.

“Temos família, daí que uma atitude menos responsável de um, pode contribuir para esse caos e deve e pode ser evitado”, acrescentando que “responsabilidade social e cívica é fundamental”, rematou.

A terminar António Franco deixou um repto a todos: “Quanto mais cedo o percebermos e o fizermos, mais cedo a normalidade voltará …. Cuidem-se”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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