(Exclusivo) Beja: Antigo deputado do PSD conduzido em calções ao posto da GNR.
O antigo deputado do PSD, Mário Simões, invetivou militares da GNR, sem identificação foi conduzido em calções ao posto da Guarda. O processou vai ser remetido ao Ministério Público.
Mário Simões (à direita na foto), de 48 anos, antigo deputado do PSD na Assembleia da República, entre junho de 2011 e outubro de 2015, foi conduzido, na tarde da passada terça-feira, em calções e t-shirt ao posto da GNR de Beja, a fim de ser identificado, depois de ter invetivado dois militares da Guarda.
O caso ocorreu cerca das 18,00 horas, quando o também ex-presidente da Distrital do PSD, praticava o seu footing diário na ciclovia anexa ao IP2, na entrada norte da cidade, junto à Rotunda da Força Aérea, tendo proferido palavras ofensivas contra os militares que fiscalizavam uma condutora.
Após concluir o serviço, os militares entraram com o veículo numa artéria do Parque da Cidade para identificarem o indivíduo, que além de não possuir qualquer documento, e quem assistiu, contou ao Lidador Notícias (LN) que “voltou a verberar os militares”.
Conduzido ao posto, o antigo deputado foi identificado e posteriormente elaborado um auto de notícia, tendo recusado o transporte para o local onde fora intimado, reiniciando a corrida a pé depois de abandonar as instalações da Guarda.
O Gabinete de Relações Públicas do Comando Distrital de Beja da GNR confirmou ao LN que o referido cidadão “tinha sido conduzido ao posto para ser identificado, depois de proferir expressões injuriosas contra os militares”, acrescentando o Capitão João Gaspar que o processo “vai ser enviado para o Ministério Público”, concluiu.
Apesar dos contatos, não foi possível ouvir a versão de Mário Simões sobre os acontecimentos.
O caso aconteceu no mesmo dia em que se conheceu um despacho do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Amadora, a arquivar um caso de agressões contra agentes da PSP.
O despacho de uma magistrada considera que chamar “filho da puta” a um agente da autoridade pode ser considerado um “grito de revolta”.
O atual vice-presidente da Comissão Executiva da Confederação Empresarial da CPLP, em Beja, foi em 2011, o número 2 na lista do PSD no distrito e chegou à Assembleia da República depois de Carlos Moedas, ter assumido um lugar no Governo de Passos Coelho. Mário Simões tem um passado de “ódio de estimação” com os militares da GNR, em particular no período em que foi deputado, em casos ligados a excesso de velocidade, como o JN revelou em duas ocasiões.
Em fevereiro de 2013, foi apanhado em excesso de velocidade na EN 120, entre Alcácer do Sal e Grândola, mas a GNR não o conseguia notificar para pagar uma coima de 250 euros. Os documentos do então político tinham moradas distintas e nenhuma era a dele.
Em abril de 2015, foi apanhado a conduzir a carrinha BMW a quase 130 quilómetros/hora, ao quilómetro 354 do IP2, num troço limitado a 90, quando se deslocava de Beja para o Algarve. Foi multado em 120 euros, com o telemóvel fotografou o radar e a viatura da GNR, para “justificar a impugnação” da coima, acusando os Guardas de terem uma atitude de “repressão em vez de prevenção”.
Teixeira Correia
(jornalista)