Filipe Cameirinha Ramos: “O Comendador, dos vinhos, azeite e piloto todo-o-terreno”.


Do avô Leonel Cameirinha, um dos mais bem sucedidos empresários da região que faleceu há três anos, herdou a arte e o engenho para o negócio.

Filipe Cameirinha Ramos, 42 anos

Empresário agrícola

Naturalidade e Residência: Beja

Empresário agrícola nos setores do vinho e azeite e hotelaria gerindo negócios da família, da construção civil de forma individual e na restauração com um projeto com mais três amigos.

Pelo meio, Filipe Cameirinha, ainda arranja tempo para se dedicar à paixão do todo-o-terreno e como piloto participa no Campeonato Nacional, tendo na Baja Portalegre 500 a prova de eleição.

Sobre o avô, “de quem me lembro todos os dias”, Filipe Cameirinha diz que “foi o meu melhor amigo e o meu pior inimigo em diferentes fases da vida. Muitas vezes quando tenho que tomar uma decisão, pergunto-me: “como é que o meu avô faria?. Somos de gerações muito diferentes, mas na forma de estar e ser muito parecidos.”, justifica.

É na imensidão da Herdade do Monte Novo e Figueirinha, a cerca de cinco quilómetros de Beja, encostada à Base Aérea e ao Terminal Civil Aeronáutico, que “o neto do senhor Cameirinha” passa grande parte dos dias.

“Tudo começou em 1998 como um negócio imobiliário, mas que uma paixão pela agricultura redundou num negócio de vinhos e azeite”, justificando que desde o primeiro “partilhei a gestão com o meu avô”, lembra. Se produzir vinhos é bonito, comercializar e fazer marcas é muito difícil. “Produzimos muito e bom vinho e azeite, visando a exportação. Fazemos 800 mil garrafas de vinho por ano e mais de 500 mil vão para o estrangeiro”, revela.

Em 2017 e para celebrar os ricos solos agrícolas de Beja, foram lançados quatro vinhos que já são grandes sucessos: Nã te rales, que este calor é amigo da gente, Cantando, Tã Somente e o Comendador Leonel Cameirinha.

Há três anos, Filipe regressou à grande paixão, que há muito estava adormecida, os automóveis e o todo-o-terreno. “Não sou pescador, não sou caçador, não gosto de futebol, mas adoro o desporto motorizado. Porquê o regresso na ternura dos quarenta ?. Porque não havia tempo, nem dinheiro”, remata. Mas o hobby já é também mais do que isso “tenho um negócio montado em torno do todo-o-terreno. Junta-se o útil ao agradável”, conclui.

No Bairro da Força Aérea em Beja existe a “Torre”, um edifício de 10 andares com 60 apartamentos que Filipe Cameirinha pretende alugar, para recuperar e promover o aluguer controlado, num investimento superior a 1,8 milhões de euros. Apesar do envolvimento da Câmara de Beja, dois anos depois a Força Aérea, até agora deu uma resposta: “NIM”.

Tal como o patriarca da família Cameirinha, 13 anos depois, em 10 de junho de 2015, Filipe foi agraciado pelo Presidente da República, com a comenda da Ordem de Mérito Empresarial, Classe de Mérito Agrícola.

Sobre a comenda da Ordem de Mérito Empresarial, atribuída por Cavaco Silva, refere que “é um reconhecimento e um marco importante da minha vida, mas é também uma grande responsabilidade”, diz a sorrir, olhando para o diploma que lhe confere a condecoração.

Teixeira Correia

(jornalista)


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