Graça Fortunas: Dezasseis anos a trabalhar em prol de uma comunicação com verdade.


Há 16 anos que Graça Fortunas assumiu o cargo de assessora de imprensa do então Hospital José Joaquim Fernandes, com sede em Beja, dos tempos do administrador Cunha Rego, e que agora é a principal valência da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

Nome: Graça Fortunas, Idade: 43 anos

Profissão: Assessora de Imprensa, Residência: Beja

Concluída a licenciatura em Comunicação Social, durante um ano estagiou no Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, a sua terra natal.

Em 2004, enquanto Sociedades Anónimas, os hospitais passavam por um processo de transformação, com a criação dos gabinetes de comunicação “e de forma espontânea apresentei uma candidatura e após o processo de seleção fui a escolhida”, recorda.

Graça lembra os primeiros tempos na função e as dificuldades de comunicação. “Falar com um médico e fazer perguntas para esclarecer os jornalistas foi complicado. Não existia a cultura de alguém a perguntar para dar respostas. Os assuntos de saúde são sempre muito sensíveis”, justifica.

“Seja com colegas ou administradores a função envolve sempre um processo de confiança mútua, para se perceber que há o tratamento da informação e que é transmitida com rigor e com verdade. Temos que ser institucionalmente corretos”, acrescentando que ver alguém da estrutura ser apontado a dedo (queixa ou denúncia) “é o que mais mexe com a minha sensibilidade. Muitas vezes as coisas não são como as pintam”, remata.

De todos os jornalistas com quem tem lidado, não tem qualquer razão de queixa. “Nunca tive o amargo de boca de se escrever ou dizer algo que não tivesse dito”, diz a sorrir. Todos a definem como uma profissional disponível 24 horas por dia. “Esforço-me sempre por ser uma profissional prestável, rápida, com verdade e rigor”, diz Graça Fortunas.

Quanto a uma mudança de ares e de sector, já se questionou se devia deixar a saúde, uma área que considera “dinâmica, complexa e desafiante”, deixando escapar que o Protocolo “é algo onde gostaria de aprofundar e desenvolver trabalho, de forma especializada”, conclui.

Três momentos marcam os 16 anos da sua carreira, com particular enfase no Hospital José Joaquim Fernandes. Um trabalho sobre um dia na vida de uma jovem com VIH, em que se pretendia combater o estigma da doença, as dificuldades e os desafios. A reportagem “Sobreviver ao cancro” feito por Nélia Pedrosa do jornal “Diário do Alentejo”, que foi menção honrosa do Prémio de Jornalismo 2016 e nesse mesmo ano as filmagens do filme francês “Le Soleil Battant” com a presença de profissionais da instituição. “Foram trabalhos impressionantes. Uma sensação indiscritível”, recorda.

Mas na sua entrega à profissão alguém fica para trás e Graça Fortunas, recorda os dois filhos, o João (11 anos) e o Guilherme (12 anos). “De férias, ao jantar, na escola, tantas vezes que já esperam pela mãe. Agora já estão habituados e percebem que trabalhar com jornalistas, as coisas são sempre para ontem”, soltando um enorme gargalhada de satisfação.

Mas antes de um longo dia de trabalho arranja tempo com mais duas amigas de treinarem manhã cedo, a partir das 06,30 horas, para participarem em Trails por este país fora como alguém criou no “Portugal de lés a lés”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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