Mértola: Bombeiros recusam ambulância do INEM, por meter água.
A ambulância que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) atribuiu aos Bombeiros Voluntários de Mértola, para substituir outra que estava parada há dois meses devido a uma avaria, tinha 17 anos e metia água.
A Direção dos bombeiros recusou e pediu ao INEM para a irem buscar ao quartel (ambulância na foto). A falha foi reconhecida pelo instituto que mandou uma ambulância que se encontrava nos Bombeiros de Elvas.
O problema da ambulância do INEM em Mértola tem vários capítulos. Cada um mais anormal que o anterior. Começou com o motor partido e um arranjo de 8.000 euros. O problema arrastou-se dois meses e a Direção dos bombeiros, a 9 de janeiro revelou ao Lidador Notícias (LN) que tinha dado um prazo até 15 de janeiro para o INEM resolver o problema. Caso contrário, a partir desse dia recusava fazer serviços de emergência ativados pelo Centro Operacional de Doentes Urgentes (CODU).
Três dias depois da notícia, o INEM disse aos bombeiros que já tinham uma viatura. A Mértola chegou uma ambulância com 17 anos e, surpresa após a lavagem, a deixar entrar água.
O LN confrontou o Instituto com a situação, tendo confirmando que os Bombeiros de Mértola “reportaram” que a viatura “tinha um problema que não foi reportado na oficina que deu a mesma como apta para entrar ao serviço”, acrescentando que o mesmo se prendia com “a estanquicidade da célula sanitária (infiltração por água da chuva”, tendo iniciado diligências para a substituir.
Para ultrapassar a situação e “ajudar as entidades a garantirem a total operacionalidade do socorro”, o INEM informou que deslocaria uma ambulância que se encontrava no Corpo de Bombeiros de Elvas.
A troca de ambulância ocorreu durante a noite de sexta-feira. Eram 23,00 horas quando a viatura chegou aos Bombeiros de Mértola.
INEM crítica bombeiros por “ameaça”
O Instituto acrescentou que nos protocolos de cooperação assinados com os Corpos de Bombeiros “não está referido que é da competência do INEM a substituição da viatura em caso de avaria da ambulância alocada ao PEM”, remataram.
Não satisfeito com a posição da corporação alentejana de deixar de assegurar as ocorrências ativadas pelo CODU, o INEM justificou que “é de lamentar que os BVMértola “ameacem” deixar de fazer serviços de emergência médica”, caso a situação não fosse resolvida.
Teixeira Correia
(jornalista)