Odemira: Cautchú uma “bolada” no desporto no concelho.


O clube nasceu sob diversas premissas que desde o primeiro dia o tornam muito diferente de qualquer outra coletividade existente no maior município da Europa, onde até o próprio nome o tornou um projeto inovador fazendo a sua afirmação através da “formação e coesão territorial”.

A Cautchú-Associação de Promoção e Desenvolvimento de Desporto germinou da conjugação de esforços de um grupo de profissionais do setor, da autarquia de Odemira e da Federação de Andebol, procurando suprimir a falta de uma modalidade coletiva para além do futebol e que fosse de prática indoor.

“Odemira não tinha um desporto de pavilhão e existindo instalações desportivas aptas à prática do andebol e sem ocupação, avançou-se para a criação do clube e a implementação da modalidade”, contou Pedro Almeida, ex-presidente e fundador, tal como Alexandra Guerreiro e Bruno Estrela.

Face às longas distâncias entre as principais localidades do concelho, a forma de implementar uma modalidade desconhecida, assentou desde o primeiro dia na criação de três escolas nas localidades mais fortes do Município: Odemira, São Teotónio e Vila Nova de Milfontes, onde prontificam atletas dos 4 aos 10 anos de idade.

À beira de completar nove anos de existência, a Cautchú tem 150 andebolistas, todos dos escalões de formação, e mais uma equipa de andebol adaptado, esta numa parceria com a Associação de Paralisia Cerebral de Odemira, numa aposta como “uma poderosa ferramenta de integração”.

As duas carrinhas de nove lugares que o clube já possui têm um papel preponderante no trabalho desenvolvido nos três polos, bem como na participação nas competições oficiais da Associação de Andebol do Algarve, onde o clube está filiado.

Presidente desde outubro do ano passado, Sandra Bento, sabe que o futuro do clube passa pela existência de um pavilhão próprio. “Quanto mais crescemos, menor é o espaço que temos. Em 2023 celebramos 10 anos de vida, e o lançamento da primeira pedra do pavilhão seria a prenda ideal”, justificando que “esse era o reconhecimento do trabalho de muita gente e a garantia de um futuro risonho da coletividade”, concluiu.

Sandra Bento lembra que a agremiação vive dos prémios da atividade desportiva subsidiada pela Câmara Municipal por cada equipa, e dos três projetos contratualizados que o clube promove, “em que a contratação de recursos humanos permite que os mesmos colaborem na área técnica da coletividade”, rematou.

Em 2015 o clube conquistou o “Prémio Fair-Play” no encontro nacional de minis em Avanca e recebeu o Diploma de Mérito pela Assembleia Municipal de Odemira a que se juntou em setembro de 2020 a “Bandeira da Ética”, uma distinção atribuída pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

No início do próximo mês de dezembro, o Município vai promover a I Gala do Desporto de Odemira e a Cautchú-Associação de Promoção e Desenvolvimento de Desporto está nomeada em sete categorias entre elas o da “Associação/Clube do Ano” e do “Projeto Desportivo” (Bandeira da Ética).

BILHETE DE IDENTIDADE

Nome: Cautchú-Associação de Promoção e Desenvolvimento de Desporto, Fundação: 16/12/2013, Atletas de formação: 150

OS ATLETAS

Mateus Glória Castanho/ 18 anos: “A Cautchú para mim é uma família. Estiveram sempre comigo a maior parte da minha vida e não me imagino sem jogar andebol e sem estar neste clube. Ambos fazem parte de mim”.

António Guerreiro (andebol adaptado)/ 48 anos: “Ser jogador de andebol na Cautchú é algo de muito bom e importante. Gosto de conviver com os outros colegas nos torneios, permite-nos viver a vida.

Maria Sameiro Modesto/ 15 anos: “Para mim o andebol é tudo. Sinto-me em casa na Cautchú. É onde me consigo superar. Não só a nível desportivo, mas também como pessoa. O clube sempre me ensinou que os valores éticos estão acima dos resultados”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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