A confissão integral e sem reserva dos factos impactos na acusação, o arrependimento e o registo criminal limpo, valeram ontem a um arguido, de 20 anos, uma condenação em cúmulo jurídico de 2 anos e 6 meses, de pena suspensa.
Moisés Bonjuor, residente nas Malhadinhas, Vila Nova de Milfontes (Odemira), foi condenado por um Coletivo de Juízes do Tribunal de Beja, a dois anos de prisão pelo crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade e a um ano pelo crime de detenção de arma proibida.
Na primeira e única sessão do julgamento, que durou cerca de 20 minutos, uma vez que o arguido confessou a totalidade da acusação, justificando que “foi uma fase péssima da minha vida e que deixei completamente”, tendo sido dispensadas cerca de dúzia testemunhas e feitas as alegações finais.
O jovem chegou acusado de um crime de tráfico de estupefacientes, em função da cannabis apreendida, menos de 1,5 quilos, de 1.700 euros em dinheiro, apreendidos numa operação da GNR em 13 de julho do ano passado, a que se juntaram uma pistola de calibre 8mm e uma reprodução de uma arma de fogo automática alemã HKG36C.
Ponderando todos os factos, o tribunal considerou que o arguido “não utilizou uma grande sofisticação de meios para contatar os consumidores, a quantidade de estupefaciente apreendida não ser expressiva”, daí ter sido alterada a qualificação do crime.
Na leitura do acórdão, o juiz presidente, lembrou ao arguido que “deve cumprir com rigor o regime de prova durante os dois anos e meios da suspensão do processo, caso contrário a mesma é revogada e cumpre prisão efetiva”. O dinheiro apreendido reverte para o Estado e a droga e as armas serão destruídas.
À saída do tribunal, o jovem confessou a sua satisfação com o desenrolar do processo, revelando que tem oferta de trabalho para apanhar azeitona na região de Beja e depois rumará a Espanha, onde tem a família paterna.
Teixeira Correia
(jornalista)