Face ao elevado número de arguidos, o processo judicial desencadeado pela “Operação Espelho”, cuja investigação teve início em Lisboa, vai ser julgado no auditório da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), localizado na Praceta Rainha D.Leonor, em Beja.
O início do julgamento está marcado para o próximo dia 20 de outubro e até à leitura do acórdão estão marcadas dez sessões, todas a realizar no mesmo local, que será certamente alvo de rigorosas medidas de segurança.
O processo tem treze arguidos, e entre os acusados estão oito cidadãos romenos, sete homens e uma mulher, sendo que seis estão em prisão preventiva, cinco no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) e a mulher em Tires, acusados da prática de 35 crimes cada um, entre os quais trinta de tráfico de pessoas.
Sempre que os processos tinham um elevado número de arguidos e de defensores, os serviços do Tribunal da Comarca de Beja recorriam ao Salão Nobre do antigo Governo Civil de Beja, mas o auditório da CIMBAL apresenta melhores condições de acesso das viaturas dos Serviços Prisionais que transportam os presos, e destes à sala de julgamento.
O último julgamento que aconteceu neste espaço foi da primeira operação da PJ que deteve mais de meia centena de pessoas e que acabou, no passado dia 31 de janeiro, com a absolvição de 18 dos arguidos.
Nas últimas três décadas, nunca um julgamento, envolvendo um Tribunal Coletivo, tinha sido realizado fora do edifício do tribunal, tendo o primeiro ocorrido no dia 20 de junho de 2022, aquando do julgamento do “Gangue do Popó”, um indivíduo residente em São João de Negrilhos (Aljustrel), apanhado com 1.2 milhões de euros, 900 mil dos quais estavam escondidos em parede de armazém.
Aa sessões realizaram-se sob fortes medidas de segurança, garantidas pela PSP, no acesso e nas proximidades do edifício da CIMBAL.
Teixeira Correia
(jornalista)
