Paulo Alves: O homem do primeiro tuc-tuc em Beja.
Paulo Alves, um bejense desempregado há nove anos, é o pioneiro do primeiro tuc-tuc na cidade”. Concretiza o sonho de trazer para Beja o “táxi das travessas”.
Desempregado, residente em Beja
O sonho de ter um tuc-tuc comandou a vida de Paulo Alves na última década, quando caiu na situação de desemprego. Quando viu os primeiros veículos em Sintra disse para os seus botões: “é este táxis das travessas que quero trazer para Beja”, revelou feliz.
Há 4/5 anos apresentou um projeto a um banco, mas o mesmo não foi aprovado. Não desistiu. Foi procurando e tive conhecimento de uma empresa que fazia o estudo de mercado, apresentava o projeto ao banco. “No final de 2019 recebi a boa notícia, da aprovação da proposta e que finalmente ia ter o meu tuc-tuc”, revelando que o investimento global será de 13.000 euros, que acredita “rentabilizar num curto e até aumentar a frota”, concluiu.
Aos 56 anos, “Papin”, como é conhecido em Beja, pela admiração pelo ex-futebolista francês, vive uma nova fase da vida. “Recebi o tuc-tuc na segunda-feira, trato-o como um bebé”, justificando que agora vai ser decorado “para ficar mais apelativo e melhor identificado. Vai ser batizado como TFE-Tuc For Ever”, concluiu. Até ao final do corrente mês de março já vai ser possível ver o “táxi das travessas” nas estreitas e empedradas ruas de Beja (a entrevista foi feita antes das restrições impostas quer pelo Governo, quer pela Câmara Municipal).
Paulo Alves, já tem uma ideia de como vai desenvolver a atividade diária. “O sítio de paragem será junto ao Castelo, onde está o posto de turismo, e da Sé Catedral, os locais mais visitados pelos turistas”, revelando que vai fazer “uma volta pela zona histórica, que também abarcar a área limítrofe, menos conhecida. Uma volta custará dez euros por adulto e cinco euros para crianças até aos 10 anos”, justificando que a viatura tem lugar para quatro pessoas.
Para poder ter uma “almofada financeira” no início da sua nova atividade, “Papin” vai procurar junto de algumas empresas de referência da cidade e da região, a sponsorização do veículo, como forma de “minorar o primeiro impacto de despesas”, concluiu.
O antigo funcionário administrativo acredita no sucesso do seu investimento. “O facto de ser um filho da terra, permite-me conhecer muito bem a cidade e mostrar a mesma aos turistas”, justificando que “não há concorrência com os táxis. Eu na minha e eles na deles”, resumiu.
Paulo Alves tem o exercício da atividade já licenciada pelo Turismo de Portugal. Por forma a definir os locais e o número de viaturas a serem licenciados no futuro, a Câmara Municipal de Beja está a criar um regulamento para os tuc-tuc.
Teixeira Correia
(jornalista)