Pessoas: Eddie Branquinho o “compadre” Obama da Flórida.


Foi polícia e um dos primeiros a entrar nas Torres Gémeas no 11 de setembro. Eddie Branquinho é o “compadre” Obama da Flórida (USA).

Nome: Eddie Branquinho,  64 anos

Profissão: Polícia Reformado

Naturalidade: Beja, Residência: Palm Coast/ Flórida (USA)

Ex-detective da polícia de Newark/New Jersey, nos Estados Unidos da América (USA), onde esteve cerca de 26 anos, Eddie Branquinho, integrou os primeiros grupos de voluntários de bombeiros e policias que no dia seguinte aos atentados terroristas do 11 de setembro de 2001 procuraram sobreviventes nos destroços das Torres Gémeas. Desse terrível dia recordava uma imagem que nunca apagou da memória. “Havia uma mão, que retirámos dos escombros, aina a segurar uma fotografia”.

O polícia reformado nasceu em Beja em abril de 1956 e há 35 anos que rumou à “Terra do Tio Sam” e há quem lhe chame o Obama português, por ter sido o primeiro imigrante luso que em dois anos fez história outras tantas vezes na política autárquica no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América (USA). Em novembro de 2018 chegou a vereador da cidade de Palm Coast e dois anos depois reescreveu a história ao ser nomeado vice-mayor (vice-presidente) da cidade, numa escolha aprovada por unanimidade, num mandato que se prolonga até 2022.

Filho da mais popular figura da cidade de Beja, a Dona Benvinda, mulher que durante muitos anos deu alma e vida, primeiro à figura da Rainha do Carnaval e depois à do Pai Natal, Eddie cedo pensou conhecer o mundo. Aos 12 anos deixou a cidade alentejana e foi viver para Faro e 3 anos depois rumava a Mem Martins (Sintra), onde esteve pouco tempo.

Como nas veias lhe corria o sangue da aventura, aos 16 anos Branquinho vai para a Marinha como voluntário e durante 36 meses esteve embarcado na Fragata Hermenegildo Capelo, onde conheceu muitas das ex-colónias, tendo em 1975 feito parte da equipa que tramitou a independência de Moçambique.

Em outubro de 1985, com 12 dólares no bolso e a mulher da sua vida, uma algarvia de Lagos, e sem conhecer ninguém, o alentejano rumou aos USA, tendo “aterrado” em Newark, onde se juntou à comunidade portuguesa, onde durante 12 anos foi músico, jogador, treinador, árbitro e instrutor de arbitragem de futebol. Um ano depois e já como luso-americano, tomou a decisão de correu à polícia, onde entrou, apesar de “os perigos serem muito grandes, mas os benefícios compensavam”.

Foi polícia de rua, detetive criminal, primeiro de crimes da juventude e depois dos assuntos legais. Em 2005 é promovido a sargento, assumindo a supervisão de patrulhas, e cinco anos depois quando se reformou era o comandante da unidade de Newark.

Após a jubilação, com a mulher e o filho ruma a Palm Coast com a ideia de “comprar uma cana de pesca, sem fio para que nem os peixes me chateassem”, ideia que durou escassos quatro anos já que “quis arranjar inimigos e fui para presidente do clube português da cidade”, diz a sorrir. Depois ajudou o Cônsul Honorário de Portugal, a mudar o consulado de Orlando para Palma Beach, ressalvando que “trabalhei para ajudar a comunidade, sempre sem ganhar um tostão”, lembrando o momento em que esta considerou que “tivesse representação e fui eleito vereador e depois nomeado vice-mayor”, recorda. Eddie defende a máxima de que: “todo o rico tem o direito de ser mais rico e todo o pobre tem o direito de ser mais rico. Mas todos têm que trabalhar”, remata.

Mas o filho de Beja alimenta o sonho de “voltar a Portugal para ajudar a minha cidade”, não descartando a possibilidade de correr a um cargo autárquico. A mudança que já teve mais perto e acontecer, depois de no passado mês de junho ter vivido a tragédia da perda do filho de 26 anos, sustentando que “este é o meu país, Portugal a minha herança e Beja o meu Mundo”, remata.

Teixeira correia

(jornalista)

 

 


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