O software Respondus foi adotado por universidades e politécnicos portugueses para a avaliação à distância dos alunos, o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) recusa o sistema.
A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) está a investigar a legalidade da utilização do sistema uma vez que existem suspeitas da violação do Regulamento de Proteção de Dados.
O programa bloqueia o computador em que é instalado, capta os movimentos e o som dos alunos, analisa-os com algoritmos para perceber se estão a copiar e não se compromete com a eliminação dos dados, recolhidos pela empresa norte-americana que fornece o serviço.
A investigação da CNPD surge após uma denúncia de André Teixeira, presidente da Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho.
Avaliação à distância é difícil mas o IPBeja recusa o sistema. “Sérias reservas” sobre a sua legalidade levaram instituições a não adotá-lo. As dúvidas relativas à proteção de dados dos estudantes e professores durante a utilização do Respondus, levaram a que a que o IPBeja não esteja a utilizar o mesmo.
Ao Jornal de Notícias (JN), João Paulo Trindade, presidente do Instituto Politécnico de Beja, coloca “sérias reservas” à sua utilização. “Temos consciência que o rigor e a melhor fiabilidade possível dos processos de avaliação são importantes, mas as dúvidas que se têm colocado do ponto de vista legal e regulamentar, neste caso da proteção e dados, têm-nos levado a não utilizar esse software”, justifica.
O responsável do IPBeja admite que “avaliar os alunos tem sido uma dificuldade”, sendo que a aposta recai num modelo misto em que algumas avaliações são feitas de forma presencial e outras à distância, mas com recurso a outras plataformas menos invasivas da privacidade dos alunos.
Teixeira Correia
(jornalista)