Serpa: Julgados principais fornecedores de estupefacientes a consumidores da cidade.


Dois indivíduos, apontados como os principais fornecedores de estupefacientes aos consumidores da cidade de Serpa, começaram a ser julgados no Tribunal de Beja, tendo ambos assumido os factos constantes da acusação.

Segundo o Ministério Público de Serpa, os dois indivíduos vendiam pacotes de haxixe e cannabis e doses de uma grama de cocaína por 50 euros a unidade.

Vítor C., de 48 anos, residente em Vale de Vargo, concelho de Serpa, que se encontra em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja, está acusado de um crime de estupefacientes, tendo antecedentes pelo mesmo crime, tendo os factos de que está a ser julgado ocorrido no período de suspensão de uma pena de prisão de 3 anos e 8 meses, a que foi condenado.

Francisco M., de 45 anos, está acusado de um crime de tráfico de estupefaciente de menor gravidade, sendo tido como o homem que fazia a distribuição dos produtos que Vítor adquiria para vender aos consumidores.

Vítor foi detido no dia 6 de julho de 2018, na EN 392, perto de Vila Nova de São Bento (Serpa), numa operação da GNR quando regressava de Espanha, que ao aperceber-se da presença dos militares arremessou para fora da viatura, um saco com uma bola de cocaína com 72,160 gramas que dava para 121 doses. Numa busca domiciliária à habitação do suspeito, foram encontradas diversas quantidades e qualidades de estupefacientes.

O principal arguido assumiu em tribunal que “adquiria haxixe e cannabis, em Espanha, e a heroína, em Lisboa”, justificando que quando se deslocava à capital “a heroína era adquirida com o dinheiro que os compradores/consumidores entregavam”, justificou. Quando questionado sobre os nomes consumidores a quem vendia droga, Vítor C., “a uns mais e a outros menos, confirmo os nomes que estão na acusação”, rematou.

Francisco M, também confirmou os factos de que está acusado, sustentando que “sou consumidor há muitos anos”, assumindo que “o Vítor era o fornecedor”, concluiu.

Face à assunção dos crimes de tráfico, o Procurador do Ministério Público dispensou 28 das 37 testemunhas arroladas, todos eles descritos como “compradores” de haxixe, cannabis e cocaína aos arguidos. O julgamento vai continuar nos próximos dias, tendo o Coletivo de Juízes, presidido pela magistrada Ana Batista, emitidos mandados de detenção para condução a tribunal de duas testemunhas que faltaram à primeira sessão e não justificaram.

Teixeira Correia

(jornalista)


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