Baleizão/ Beja: ACT promove operação na Herdade da Rabadoa.


A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) identificou 68 trabalhadores de dez nacionalidades em operação em herdade no Alentejo (Herdade da Rabadoa, freguesia de Baleizão, concelho de Beja) e também sete empresas prestadoras de serviços.

As equipas da ACT começaram bem cedo a distribuir-se pelo enorme terreno com milhares de hectares. “Para ali vão duas equipas”, diz o coordenador de Beja, Carlos Graça. “Fernanda, vens comigo?”

O terreno da Herdade da Rabadoa, freguesia de Baleizão, concelho de Beja, é a perder de vista e está nevoeiro, o que ainda dificulta mais o trabalho dos inspetores. É difícil encontrar os trabalhadores que se encontram dispersos numa tão grande herdade. Mas, logo ao início, está um grupo de timorenses a fazer a poda das oliveiras. Os inspetores começam a pedir-lhes identificação, tentam perceber se têm contrato de trabalho, quem são os empregadores.

A acompanhar os dez elementos da ACT estava a inspetora-Geral do Trabalho. “Já encontramos trabalhadores paquistaneses, indianos, timorenses, moldavos”, enumera Maria Fernanda Campos. “Queremos evitar que tenham um trabalho que não seja digno e não esteja regular”, afirma.

O objetivo desta operação, que os inspetores consideram ser de “rotina”, era perceber se naquela herdade existia exploração laboral, trabalho ilegal ou se existem redes de tráfico a operar. “É possível que nos surpreenda aquilo que vamos encontrar, porque só no final de articularmos toda a informação é que vamos perceber se temos consequências criminais ou não”, afirma Fernanda Campos. A inspetora admite que alguns casos poderão ser enviados para o ministério público ou para a Polícia Judiciária.

Durante todo o percurso, a ACT foi acompanhada por elementos da GNR, inclusive por uma brigada de investigação criminal. Num dos locais do olival, os inspetores encontraram um grupo de moldavos e muitos não tinham documentos.

Os trabalhadores por vezes sofrem retaliações por parte dos empregadores. Há pouco tempo, numa ação do mesmo género, o coordenador da ACT em Beja lembra-se de dois trabalhadores que foram despedidos depois de uma inspeção. Os imigrantes tiveram que ser apoiados pela Caritas de Beja, que lhes deu alojamento e alimentação.

Notícia: Lidador Notícias/ TSF e Foto: Maria Augusta Casaca/TSF


Share This Post On
468x60.jpg