Volta ao Alentejo (Balanço): A melhor “Alentejana” da última década.
Esta foi seguramente a melhor Volta ao Alentejo da última década. Um bom percurso, competitividade, organização e um grande horizonte de promoção do Património da Humidade e Histórico.
Depois do anúncio da suspensão da Volta ao Alentejo em 2010, o acordo Podium/ Cimac, viabilizou a continuidade da prova. Depois de um novo recomeço, era importante a estabilização, que já foi conseguida.
Agora, o acordo que a Podium celebrou com três das quatro Comunidades Intermunicipais, Alentejo Central, Baixo Alentejo e Litoral, garantem o futuro e quem sabe se dar o passo seguinte: regressar à categoria 2.1. Joaquim Gomes já expressou o interesse em antecipar a corrida, para princípios de fevereiro e essa pode ser a chave de um novo sucesso da “Alentejana”.
A vinda ao Alentejo de equipas Continentais Profissionais estrangeiras, repletas de jovens, são uma aposta importante por dois motivos: revelam novos valores e permitem uma competição mais próximo da realidade dos corredores portugueses, face aos dias oficiais de competição.
Alguns dos ganhadores da “Alentejana” já estão no World Tour e o caso de Enric Mas (Klein Constantia) o vencedor deste ano, não vai fugir a essa regra.
Mas afinal o que teve de interessante a edição 34 da Volta ao Alentejo ? Um bom percurso, excelentes locais de partidas e em particular das chegadas, competitividade, emoção e acima de tudo, muita gente na estrada e em particular nos finais de etapas.
Tal como na Volta ao Algarve, a “Alentejana” teve nos ciclistas estrangeiros os ganhadores das cinco etapas e na classificação Geral, Equipas, Pontos e Juventude, tendo um português, Amaro Antunes (LA Alimínios/ Antarte) ganho o Prémio da Montanha.
Desde que as autarquias começaram a organizar a Volta que a promoção do Alentejo lhe teve subjacente. Este ano, aos chapéus dos trabalhadores e cantadores alentejanos, juntaram-se no podium e como troféus aos vencedores, os chocalhos de Alcáçovas e as flores das Festas do Povo de Campo Maior. Uma aposta mais do que ganha pela Organização.
Já se pensa em 2017 e pode acontecer uma inversão no percurso da Volta e por exemplo terminar no Norte Alentejano e ter a Serra de São Mamede como cenário para uma luta entre trepadores.
Teixeira Correia
(jornalista)