(Atualizado) Serpa: Cortaram cabos para “calar” alarme do Crédito Agrícola e limpar 20 cofres de clientes.


Para “calar” o alarme da dependência do Crédito Agrícola, em Serpa, que foi assaltada na madrugada segunda-feira, os assaltantes acederam a uma conduta no exterior do banco e cortaram os cabos. A GNR referiu que o furto terá ocorrido às 03,00 horas.

ATUALIZAÇÃO: Segundo apurou o Lidador Notícias (LN) técnicos informáticos da Câmara Municipal de Serpa receberam nos seus telemóveis, às 03,00 horas, a mensagem de que “ficaram sem cabo óptico na Biblioteca”, a mesma hora a que foi interrompido na dependência do Crédito Agrícola e que os assaltantes cortaram os cabos no exterior do banco.

Depois de se introduzirem no interior das instalações por uma janela, fizeram passar rebarbadoras e martelos pneumáticos, com o objetivo de tentarem arrombar o cofre-forte da dependência bancária.

Segundo apurou o LN, são visíveis os cortes na porta do cofre e os orifícios nas paredes, feitos pelos assaltantes para levar o dinheiro existente no espaço.

Mas os ladrões não saíram de “mãos vazias”. Já que arrombaram e “limparam” 20 cofres-fortes de clientes, desconhecendo o valor em dinheiro e artigos roubados, já que esses dados são desconhecidos da gerência do banco.

Recorde-se que o assalto ocorreu na madrugada de segunda-feira, e de acordo com o Relações Públicas do Comando Territorial de Beja (CTB) da GNR, capitão João Gaspar “o assalto, perpetrado por um número indeterminado de indivíduos, terá ocorrido cerca das 03,00 horas”, acrescentando que “a Guarda teve conhecimento do furto quando os funcionários acederam ao banco para iniciarem mais um dia de trabalho”, justificou.

As investigações do furto foram levadas a cabo por militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Destacamento de Moura da GNR, por impossibilidade ou indisponibilidade dos inspetores da Diretoria de Faro da Polícia de Judiciária, peritos em assaltos bancários.

Sobre outros casos de assalto a bancos, em que os assaltantes “limparam” os cofres-fortes dos clientes, dois merecem particular destaque. Em novembro de 2012, utilizando os mesmos instrumentos, um grupo de homens, furou uma parede de betão da Caixa de Crédito Agrícola, de onde furtou o recheio, estimado em 46 milhões de euros, de 46 cofres-fortes aluados a clientes. Outro assalto ocorreu em Braga, na noite de São João de 2018, onde foi levado o conteúdo de 58 cofres de uma agência do Santander.

Até agora os clientes que perderam os seus bens no assalto de Penafiel ainda não foram indemnizados, face ao entendimento que os tribunais têm sobre os contratos que sustentam os acordos banco/ clientes e a regulamentação, que rodeiam o segredo das duas partes.

Tribunais com decisões diferentes

O assalto do Crédito Agrícola de Penafiel, já deu origem a várias sentenças. O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ditou uma sentença favorável ao banco. O Tribunal da Relação do Porto proferiu um acórdão favorável a sete clientes, que agora vão ser apreciados pelo STJ.

Apesar de reconhecer que o banco não protegeu os bens dos clientes, por outro lado o Supremo, sustentou que o recorrente não provou que no interior do cofre tinha 200 mil euros.

Por outro lado o advogado que representa sete lesados, já teve duas sentenças favoráveis, porque os tribunais de 1ª e 2ª instância, consideram válidos os depoimentos dos clientes sobre s valores guardados nos cofres.

Teixeira Correia

(jornalista)


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