Beja: Antigo Governo Civil ao abandono, com paredes a cair, levam a interdição.
A queda de rebocos das paredes e o perigo de aluimento da semalha ou beiral, por infiltrações de água junto de algeroz, próximo de uma das portas do edifício do antigo Governo Civil de Beja, levou ontem à interdição do espaço à circulação de pessoas e estacionamento de viaturas.
O alerta foi dado pelo Comando Distrital de Beja da PSP, uma das seis instituições que “habitam” no edifício, que de imediato vedou o local e alertou a Proteção Civil Municipal (PCM) que vai tomar medidas de prevenção.
Trabalhadores de algumas das instituições ignoram o risco e atravessam a área de segurança criada para entrar e sair no edifício, não utilizando a porta principal (foto de baixo).
Fonte da PCM revelou ao Lidador Notícias (LN) que “amanhã/hoje (quinta-feira) vamos fazer uma vedação mais eficaz do local e pedir a presença da fiscalização da autarquia, para notificar o proprietário do edifício e intimar para a efetivação de obras”, justificaram.
No passado mês de junho o LN já tinha revelado o estado de abandono do edifício, que é propriedade do Ministério da Administração Interna (MAI), e não tem uma instituição que faça a gestão, manutenção interior ou exterior, nem que garanta a segurança das instalações. No interior há zonas sem luzes, paredes cheias de salitre e a cair aos bocados e tapetes abandonados nos corredores.
O edifício alberga o Comando Distrital e o Núcleo de Armas, além de outras dependências da PSP, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), no rés-do-hão, e o Serviço de Proteção Civil/ Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), a Direção de Finanças e a Assembleia Municipal de Beja (AMB), no primeiro andar.
Visitado diariamente por centenas de cidadãos que se deslocam ao IMT, SEF e PSP, no entanto, o edifício não tem uma casa de banho pública e os cidadãos que recorrem àqueles serviços têm que se deslocar a um café ou então às casas de banho do Jardim Público, a mais de 400 metros de distância.
No início de 2019, o Comando da PSP fez saber à então secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, “que está disponível para receber todo o edifício”. PSP e Câmara Municipal de Beja partilham da mesma opinião: “o edifício deveria ser a sede de todas as unidades orgânicas da Polícia”.
Além de ocupar a maior parte do edifício, a Polícia tem arrendada a antiga escola primária do Salvador, de que paga quase 3.000 euros de aluguer/mês à autarquia, onde estão entre outras a Investigação Criminal e o Trânsito e a Esquadra de Polícia, que se situam a cerca de 300 metros do Comando.
A PSP ao deixar a antiga escola, permitia que a Proteção Civil/CDOS, o SEF e o IMT, passassem para aquele espaço, enquanto que a Direção de Finanças poderia ocupar o edifício que durante muitos anos foi sede do Banco de Portugal, em Beja, e está vazio.
Aquando da primeira reportagem em junho, o LN colocou diversas questões ao MAI sobre a situação, às quais nunca obteve qualquer resposta.
Teixeira Correia
(jornalista)