Beja: Despertar Sporting Clube impedido pelo Covid-19 de celebrar o Centenário.
A celebração do Centenário do Despertar Sporting Clube, que ocorre no dia 24 de junho, fica adiado para depois da pandemia do novo Coronavírus.
A menos de dois meses de festejar o Centenário da sua fundação, o Despertar Sporting Clube, face à pandemia do Covid-19, a agremiação da cidade de Beja vive uma tripla incerteza, face aos cancelamentos a que a vida da instituição foi sujeita.
Uma certeza, porém, existe no seio do clube rubro-negro: tudo adiado, para data incerta.
Primeiro foi o términus prematuro das competições de futebol e a convicção de um tardio regresso dos 400 atletas aos relvados do Complexo Desportivo, depois seguiu-se o adiamento do ato eleitoral previsto para o corrente mês de maio.
Como se não fosse pouco, a direção do Despertar viu-se obrigada a suspender as celebrações dos 100 anos de existência, cuja data se assinala no próximo dia 24 de junho. Em comunicado à família despertariana, o presidente da direção, Jorge Martelo, justificou que “em ano de Centenário, com tosa esta turbulência, resta-nos dizer que … Nada é por acaso”, deixando um apelo à entreajuda entre todos e ao sentido de esperança “para que em breve possamos voltar ao convívio, mais fortes, mais capazes e mais conscientes dos tempos que vivemos”, rematou.
Conhecido pela alcunha de “Rasga a Roupa”, Despertar Sporting tem uma sede própria, construída num terreno oferecido pela Câmara, que hoje está avaliado em mais de um milhão de euros. No edifício inaugurado em setembro de 2005, o clube investiu 600 mil euros e, apesar das muitas promessas feitas pelo então secretário de estado do Desporto, Laurentino Dias, o emblema bejense não recebeu até hoje qualquer ajuda financeira.
Para o transporte dos atletas, o clube rem uma frota importante frota automóvel, constituída por sete viaturas, sendo uma delas um min-bus, que agora está parada devido ao coronavírus.
A coletividade tem uma bomba de gasolina própria, que está concessionada por um período de 25 anos, da qual recebe uma renda mensal. Na sede existe um ginásio e um bar, também concessionados pelos quais também recebe uma renda mensal, que que devido aos contingências do Covid-19 estão encerrados. A estes junta-se o bar/restaurante que o clube explora no Relvado Sintético Nº. 2 do Complexo Desportivo de Beja.
Com um orçamento anual de 250 mil euros, o Despertar dedica-se somente à prática do futebol e tem desde os escalões de Petizes e Traquinas até aos Seniores, num total de 23 equipas, com 400 atletas, entre os quais muitas raparigas, 25 treinadores e 3 coordenadores. Cada equipa tem um núcleo de diretores e no total são 100 os dirigentes.
Nome, emblema e estatutos com muita história
Em ano de Centenário, os mais antigos recordam os Estatutos em que os Artigos 3º e 4º, são particularmente revelados do espírito da época em que o Despertar S.C. foi fundado, proibindo o boxe e os jogos de azar.
Reza o regimento que o clube terá por fim “desenvolver todos os ramos de sport, à exceção do boxe, por ser brutal e desumano”, a que se acrescenta a proibição de que “não serão permitidos dentro do clube, os jogos de azar e bem assim os jogos de loto e do burro”.
Já na época, a rivalidade entre os adeptos do Benfica e Sporting era grande. Para “representar” os adeptos encarnados, emblema surgiu a águia e para “contentar” os verdes, no nome foi colocado Sporting. O equipamento, preto e vermelho, às riscas verticais, representa as cores da cidade de Beja.
Teixeira Correia
(jornalista)