Beja: Quarteto julgado por burla qualificada e falsificação em compra de gado.
Quatro indivíduos começam hoje a ser julgados no Tribunal de Beja, acusados em co-autoria, de um crime de burla agravada e um crime de falsificação, tendo “comprado”, numa exploração em São Miguel do Pinheiro, concelho de Mértola, 19 bovinos com “cheque contrafeito” de quase 9.000 euros.
Quatro indivíduos com idades compreendidas entre os 25 e o 52 anos, começam hoje (terça-feira) a ser julgados no Tribunal de Beja, perante um Juízo Coletivo, acusados da co-autorial material, de um crime de burla agravada e um crime de falsificação.
Os fatos ocorreram em setembro de 2012, numa exploração agrícola em São Miguel do Pinheiro, concelho de Mértola, tendo conseguido fazer a aquisição de gado bovino, sem qualquer dispêndio monetário, através do recurso de um cheque contrafeito.
De acordo com a acusação, os indivíduos, com residências em Redondo, Mértola e Beja, negociaram a vítima, António Felizardo, criador de gado, a aquisição de 19 cabeças de bovinos, pelo valor de 8.978 euros, que “pagaram” utilizando um “pretenso” cheque da empresa Expocarnes, com sede em Rio de Mouro (Sintra).
De forma ilegal, os acusados tinham-se apossado do cheque da empresa, falsificaram o mesmo através de uma cópia de uma instituição bancária, onde a aquela sociedade não tinha qualquer conta.
Para dar “mais credibilidade ao negócio”, um dos arguidos, residente em Redondo, fez passa pelo pretenso dono da empresa e na companhia dos outros três arguidos, dois dos quais pai e filho, vizinhos da vítima, “concretizando a compra e enganando” o agricultor mertolense.
O indivíduo tido como o “cérebro” do esquema, “inventou” o código de uma exploração de gado, necessário para o transporte do mesmo e solicitaram os serviços de uma empresa de transporte de animais.
Depois de carregarem os 19 bovinos, perto de Mértola, o grupo dirigiu-se para a Póvoa da Galega (Malveira), onde um quinto elemento os esperava na sua exploração, onde foi feita a descarga dos animais. Este último suspeito não foi pronunciado, já que pediu a instrução do processo, onde a magistrada não deu como provado o seu “envolvimento fraudulento” na aquisição do gado.
O caso chega hoje ao Tribunal de Beja, mais de três anos depois dos acontecimentos, foi investigado por inspetores Diretoria de Faro da Polícia Judiciária.
Teixeira Correia
(jornalista)