Beja: Refugiado sírio vai receber a família e tem oferta de emprego. Notícia despoletou situações.


Taman Alnaijjar, 40 anos, um refugiado sírio a residir em Beja desde abril de 2016, que no passado dia 10 veio viver para a rua com pai, Adnan Alnajjar, 88 anos, como forma de protesto, vai receber a família e teve uma oferta de emprego.

Depois da notícia publicada no Lidador Notícias (LN) e no Jornal de Notícias (JN), no dia seguinte ao protesto, uma empresa de mobiliário de Rebordosa (Paredes), ofereceu emprego a Taman, que é estofador de automóveis, e poderia adaptar-se ao setor. Anteontem o cidadão sírio recebeu um documento do Centro Humanitário de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), para entregar “cópias autenticadas dos passaportes da esposa e dos quatro filhos para iniciar o processo de reagrupamento familiar”.

A saída dos dois homens da casa alugada pela CVP teve como objetivo “sair de Beja e ir para Lisboa ou Porto. Quero frequentar uma escola de português e procurar trabalho como estofador”, resumiu Taman.

Ao LN Taman justificou que “não fui informado da oferta de trabalho. Faltam quatro meses para terminar o acolhimento. Quero trabalhar e aqui não arranjo”, considerando que o Salário Mínimo Nacional (SMN) oferecido “é melhor do que os 150 euros que recebo como refugiado”, lembrando que com a chegada da família “as obrigações são outras” concluiu.

Apesar da sua profissão de estofador ser do mundo automóvel, o sírio diz que a adaptação ao mobiliário “não é problema. Vim da escola Arménia, uma das melhores no mundo de estofadores e adapto-me com facilidade”, rematou.

Instado a comentar as palavras do cidadão sírio, Tadeu de Freitas, delegado da CVP de Beja, justificou que “eles (pai e filho) são livres de tomar as decisões que quiserem. Sem uma instituição de acolhimento, onde não paguem renda, água e luz, com o SMN o Taman não conseguirá ser o problema familiar”, justificou.

Para Tadeu de Freitas, “os problemas dos refugiados vão começar agora quando terminarem os 18 meses de acolhimento. Até ao momento não há qualquer decisão sobre o assunto”, rematou.

Questionado sobre a deserção de Abdul Basset, 19 anos, um dos quatro sírios à guarda da CVP, o delegado de Beja confirmou que na passada semana, o indivíduo “fez ameaças a mim e a uma técnica. Ameaçou fazer-se explodir e levar tudo com ele. Foi afrontado por mim, chamei a PSP e decidiu abalar”, justificou.

De acordo com as palavras de Tadeu de Freitas, Abdul “está em Lisboa, numa mesquita islâmica, onde faz voluntariado”, sustentando tratar-se de um “rapaz agressivo”, rematou.

Teixeira Correia

(jornalista)


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