Ao longo de 72 horas, desde as 08,00 horas de ontem e até às 08,00 horas de segunda-feira, o Serviço de Urgência (SU) de Ginecologia/ Obstetrícia do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, está encerrado.
Ao contrário do que fez durante as seis vezes que o serviço esteve encerrado em 2019, o Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) não emitiu qualquer comunicado na página oficial da instituição tem tão pouco o fez distribuir através do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja.
Desta feita a ULSBA emitiu uma informação interna onde dava conta da situação que “por falta de médico da especialidade, todas as situações deverão ser encaminhadas para a maternidade mais próxima”, acrescentando que a situações admitidas, serão triadas e encaminhadas ao serviço de obstetrícia interno para eventual transferência”, justificam.
O caso veio a público porque o Sindicato da Ordem dos Médicos (SIM) colocou hoje o documento na sua página na internet, com o título: “Maternidade do Hospital de Beja cobardemente encerrada”, recordando que ontem o SIM “denunciava o risco de encerramento da Urgência do hospital por falta de cirurgiões em número suficiente para assegurar as escalas”, remataram.
No documento, o CA da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo deixa a informação de que “em situação emergente, pode haver necessidade da colaboração dos cirurgiões de serviço”, remata.
Questionado pelo Lidador Notícias (LN), o Gabinete de Comunicação da ULSBA justificou que em caso de encerramento temporário “existe um protocolo de atuação que é acionado, e que prevê a informação as autoridades competentes (CDOS e Corpos de Bombeiros) e informação interna específica”, justificaram.
No decurso do corrente ano, esta é a primeira vez que o SU de Ginecologia/ Obstetrícia do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, encerra, em virtude de a ULSBA não ter conseguido nomear um segundo médico, tendo as grávidas que recorrer, pelos próprios meios, aos serviços do Hospital do Espírito Santo, em Évora, percorrendo mais de 80 quilómetros sem qualquer assistência médica. Os outros hospitais a que as parturientes poderão recorrer são os de Setúbal, Faro e Portimão.
Grávida obrigada a ir para Évora no próprio carro, após recusa de inscrição.
Uma hora depois de ter chegado ao Hospital do Espírito Santo, em Évora, tendo pelo meio feito a triagem, a mulher que foi obrigada a viajar com o marido no próprio carro, deu à luz o terceiro filho, uma menina, batizada com o nome de Joana, com um peso de 3,400 quilos.
Tudo começou pouco passava das 19,00 horas do dia 13 de agosto de 2019, quando Ana Rita, 37 anos, se deslocou ao Serviço de Urgência (SU) do Hospital de Beja e pela falta de médicos da especialidade de Obstetrícia, que estava vigente desde as 06,00 horas desse dia, até às 08,00 horas de ontem (quarta-feira), o que sucedeu pela quinta vez desde o início do corrente ano.
À mulher grávida de 40 semanas, foi recusada a inscrição e observação por um médico de serviço no SU, tendo sido transportada pelo marido, operacional dos bombeiros de Beja, deu entrada no Hospital de Évora às 21,42 horas e uma hora depois deu à luz a menina.
Teixeira Correia
(jornalista)