COVID-19: DGS “estuda” em tabuada diferente da usada no distrito de Beja.
Dados dos Relatórios da DGS sobre os concelhos de Moura, Serpa e Beja, continuam a divergir daqueles que são apresentados pelos autarcas.
Desde 24 de março, dia em que foi conhecido o primeiro caso de Covid-19 no distrito de Beja, um emigrante regressado de França, como morada em Almodôvar, que os números divulgados no brifing diário o Centro Coordenador Operacional Distrital (CCOD) e os relatório da Direção-Geral de Saúde (DGS) nunca foram compatíveis.
Os casos mais díspares registam-se nos concelhos Moura, Serpa e Beja, nomeadamente, com o número de recuperados. No relatório desta quarta-feira, a DGS apresenta 80 pessoas como infetadas naqueles três concelhos, mas, os autarcas contatados pelo JN falam em 52, como o total de doentes ativos.
A fazer nos dados revelados todos os dias pela ministra ou pelo secretário de Estado da Saúde, nos três concelhos mais populosos do distrito só existem 3 doentes recuperados, quando na verdade esse número ascende a mais quatro dezenas do que referem os responsáveis governamentais. Também em relação ao número máximo de infetados, os revelados pelo relatório da DGS estão longe dos do CCOD e dos autarcas. As autoridades nacionais falam em 80, enquanto que as regionais em 96.
Moura é o município onde números estão mais distorcidos, uma vez que o valor máximo foi de 66 casos de Covid-19 atingido no passado dia 29 de abril, o relatório desta quarta-feira reafirma um máximo de 54 doentes. Se ao número máximo de doentes retirarmos 26 casos revelados como recuperados, no concelho mourense existem somente 40 casos ativos. Os doentes recuperados foram transmitidos pela Autoridade de Saúde Pública ao Serviço Municipal de Proteção Civil.
No concelho de Serpa no dia 23 de abril existiam 19 casos positivos, dia em que se ficaram a conhecer a recuperação de 6 doentes. A DGS deu como máximo de infetados 18 pessoas e hoje continuam 15 nesse estado. Segundo revelou o presidente da Câmara de Serpa, “dos 19 infetados, há 10 recuperados e 9 ativos”, números muito distinto.
Finalmente o caso de Beja, onde a “tabuada” de somar e subtrair, não condiz com a da DGS. O presidente da Câmara de Beja revelou ao Lidador Notícias (LN) que “desde 14 de abril, data em que foram confirmados dois casos positivos num lar, que, no concelho, não há registo de mais doentes com COVID-19”, rematou. Nesse dia atingiu-se o máximo no município 11 casos, numero que somente hoje a DGS deu como o confirmado.
Ontem Paulo Arsénio justificava que “desses, para nós 11 casos, há a lamentar 1 óbito e, a boa notícia, já há 7 recuperados, existindo três ativos”, concluiu.
Também relação à primeira vítima mortal a sua divulgação ocorreu 48 horas após o óbito de um utente de 87 anos, do Lar Nobre Freire, ocorrida no Hospital de Beja. O LN divulgou o caso no dia 20 de abril, só no dia seguinte a ARSAlentejo e a Unidade Local de Saúde o confirmaram e dois dias depois o mesmo ocorreu com a DGS.
Teixeira Correia
(jornalista)