Entre 15 e 16 de junho de 2018, realizou-se em Beja, a Cimeira de Negócios da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP), apresentado por Mário Costa, o então presidente da instituição, como “um evento de referência mundial”.
No evento marcaram presença Aristides Gomes, 1º ministro da Guiné-Bissau, Salimo Abdula e Mário Simões, respetivamente, presidente e vice-presidente da Confederação Empresarial da CPLP.
Volvidos quatros anos e seis meses sobre a realização da iniciativa ainda há contas por saldar a um empresário local e que vão ser dirimidas em julgamento na próxima semana no Juízo Local Cível do Tribunal da Comarca de Beja.
O caso foi revelado pelo JN em outubro de 2019 quando o processo de injunção deu entrada no Tribunal da Comarca do Porto e em causa está uma dívida de 15.642,82 euros, cujo valor era superior e da qual a EU liquidou parte, à Enthusiastic Planet, Produções Unipessoal, Lda, com sede em Penedo Gordo, concelho de Beja, relativo à montagem de stands e promoção do evento.
Quando o escândalo foi tornado público, contatado pelo JN, Mário Costa, o presidente da UE-CPLP e também da Assembleia-Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, remeteu para a advogada Ana Rita Cardoso, a resposta às questões sobre as contas por saldar.
Confrontada sobre a situação a causídica justificou que as empresas participantes “sempre estiveram ao corrente dos termos legais de contratação, nomeadamente dos prazos de pagamentos constantes dos cadernos de encargos”.
Ana Rita Cardoso não abordou as verbas entretanto recebidas da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA) para a realização da Cimeira, tendo fonte da instituição revelado que a empresa “recebeu parte da verba atribuída e da mesma não fez comprovativo documental, pelo que a restante verba está bloqueada”, justificaram.
Duas outras empresas bejenses, uma do ramo de hotelaria e outra de catering, envolvidas na organização do evento viriam meses depois da concretização do mesmo, a ser ressarcidas das verbas em dívida, acabando por não recorrer a tribunal.
Teixeira Correia
(jornalista)