Seca: Chuvas de março salvam agricultura, sustenta presidente da federação de agricultores.


A precipitação de três semanas tirou o país da situação de seca extrema. Níveis das barragens estão a recuperar, mas agricultores exigem mais capacidade de regadio. Alqueva está com 97,8% da capacidade máxima.

O presidente da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo, Rui Garrido, sustentou que “já ninguém imaginava que pudesse chover tanto”, enquanto que a presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre, Fermelinda Carvalho, reforça que “ninguém se lembra de uma situação tão terrível”.

Nuno Rodrigues, criador de vacas no planalto mirandês, em Trás-os-Montes, desabafa que “se não tivesse chovido em março seria o fim do Mundo”, está tudo dito.

Um trabalho do Jornal de Notícias (JN) sobre o volume de água nas bacias as albufeiras em Portugal, segundo os números revelados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), “registou-se uma evolução dos volumes armazenados durante o mês de março, comparativamente ao mês anterior”.

Das 60 albufeiras monitorizadas pela APA, em fevereiro apenas cinco apresentavam uma disponibilidade superior a 80% do volume total, mas em março, já eram 33, as que superavam aquele valor, como era o caso de Alqueva.

No Roxo, albufeira a partir da qual é feito o abastecimento público de água às populações dos concelhos de Beja e Aljustrel, a sua capacidade está abaixo de metade, 47%. Situações preocupantes vivem-se defende a APA, em Campilhas, Fonte Serne, Monte da Rocha, Roxo, Caia e Vigia.

Evolução dos volumes armazenados em percentagem, entre final de fevereiro e final de março, nas barragens do Alentejo.

Bacia do Tejo: Apartadura/Marvão (71%/ 99%), Divor/Arraiolos (7%/ 39%), Maranhão/Avis (22%/ 88%), Montargil/Ponte de Sôr (49%/ 87%) e Póvoa/ Castelo de Vide (42%/ 73%)

Bacia do Sado: Alvito/Alvito-Cuba (62%/ 83%), Campilhas/Santiago do Cacém, (4%/ 24%), Fonte Serne/Santiago do Cacém (29%/ 39%), Monte da Rocha/Ourique (8%/ 26%), Odivelas/Ferreira do Alentejo (42%/ 55%), Roxo/Aljustrel (32%/ 47%) e Vale de Gaio/Alcácer do Sal (12%/ 66%).

Bacia do Guadiana: Abrilongo/Campo Maior (14%/ 70%), Alqueva/ Portel-Moura (66%/ 97%), Caia (/Elvas (18%/ 60%), Lucefecit/Alandroal (19%/ 97%), Monte Novo/Évora (29%/ 91%9 e Vigia/Redondo (15%/ 41%).

Bacia do Mira: Santa Clara/Odemira (52%/ 66%).

Relativamente à barragem de Alqueva está à cota 148,78, num máximo de 152 metros, com um volume de 3.434,77 hectómetros cúbicos, com a albufeira a poder armazenar 4.150 hectómetros cúbicos, nível histórico que atingiu pela primeira vez em 10 de fevereiro de 2010.

Teixeira Correia

(jornalista)


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