TECNOCRÓNICA (Opinião de Ademar Dias): cibersegurança, música, streaming e muitos números.
O mais recente estudo do observatório do Centro Nacional de Cibersegurança revela que os portugueses estão pouco preocupados com o discurso de ódio ou extremista que encontram online.
Para a vasta maioria dos inquiridos, a pornografia infantil (85%), a fraude bancária (78%) e o roubo de identidade (75%) são os crimes considerados mais graves, revela o estudo. Já os materiais online que promovem o ódio racial ou o extremismo religioso são os que menos preocupam, sendo que apenas 46% os consideram como um crime muito sério, em comparação com os 61% de inquiridos da União Europeia que manifestam a mesma opinião.
Em Portugal, existe uma crescente preocupação com a cibersegurança, em especial com a proteção dos dados pessoais, uma área que viu um aumento de 21% entre 2014 e 2017, atingindo em 2018 os 49%. O estudo revela que 73% dos indivíduos questionados evitam revelar informação pessoal online.
Contudo, 52% dos inquiridos indicam não se sentir bem informados quanto ao risco de cibercrime. Embora 75% dos indivíduos indiquem sentir-se preocupados com software malicioso, apenas 24% afirmam ter um sistema de segurança no seu smartphone.
No que diz respeito ao uso de passwords, existe pouca mudança de comportamento, apesar das preocupações: 13% dos portugueses usam credenciais de acesso diferentes para diversos websites, 12% optam por torná-las mais complexas do que no passado e 16% alteram-nas regularmente.
Um grupo de investigadores da Universidade de Harvard procurou explicar o porquê de tanta gente gostar das mesmas canções.
De acordo com o estudo, (quase) tudo pode ser explicado pela evolução: a nossa consciência mamífera, evoluída, aprecia coisas como a habilidade, o compromisso e a ilusão de algo maior do que nós próprios, três atributos que um quarto da música popular produzida têm em comum.
O estudo mostra que, no que toca às canções, existem três dimensões diferentes em mais de 25% dos temas estudados: o formalismo da performance, o nível de excitação e a religiosidade. É possível ainda constatar que existe maior variação no comportamento musical dentro de cada sociedade do que entre diferentes sociedades.
A música de dança, as canções de amor e as canções de embalar mostraram-se interligadas pelas mesmas características e padrões, tal como as culturas que as apreciam mostraram responder aos mesmos estímulos fundamentais.
Pode consultar o estudo em https://projects.iq.harvard.edu/files/epl/files/mehr_et_al_2019_science.pdf
O streaming transformou a indústria musical e os números nos Estados Unidos da América comprovam-no. Devido a serviços como o Spotify e o Apple Music, o streaming tornou-se responsável por 80% das receitas geradas pelo mercado norte-americano da música em 2019. Em 2010, essa percentagem era de apenas 7%.
Na última década, o número de subscrições subiu de 1,5 milhões para 61 milhões, segundo a Recording Industry Association of America (RIAA), levando o streaming a ultrapassar os downloads digitais e a venda de produtos físicos.
A RIAA justifica o aumento com a popularidade dos smartphones. Em 2010, apenas 35% dos consumidores norte-americanos era portador de um smartphone, agora são 81%. A conveniência é outro factor importante, dado que é muito mais fácil utilizar um serviço de streaming do que ir a uma loja comprar um álbum ou descarregar discos por faixa.
E desse lado, já se rendeu ao streaming?
O videojogo Fortnite lidera a tabela dos jogos que mais receita geraram em 2019, mais de 1.8 mil milhões de dólares.
É o segundo ano consecutivo no qual a Epic Games vê o seu jogo no primeiro lugar do ranking, isto apesar de uma quebra de 25% nas receitas.
Pokémon GO também está entre os jogos que mais receita geraram em 2019, registando até uma subida face ao ano anterior, amealhando um total de 1.4 mil milhões de dólares no último ano.
A Superdata, companhia que acompanha os gastos globais em videojogos, 80% do dinheiro gasto em jogos mobile foi para jogos free to play.
Os dados colocam ainda o videojogo FIFA 20 como o mais vendido nas lojas físicas do Reino Unido .
Os números indicam também que, só no dia 25 de Dezembro, foram gastos mais de 210 milhões de dólares apenas em jogos mobile.
No cinema, “Dark Waters – Verdade Envenenada” é o filme que agora estreia que aqui se destaca.
Este drama dirigido pelo realizador Todd Haynes conta com o ator Mark Ruffalo como protagonista, num elenco que inclui ainda nomes como os de Anne Hathaway ou William Jackson Harper.
Baseado numa história verdadeira, esta película centra-se em Robert Bilott (Mark Ruffalo), um advogado de defesa que confronta a empresa química DuPont para expor um horrível segredo de poluição ambiental.
E já há quem diga que é um forte candidato aos Óscares.
Trailer em https://www.youtube.com/watch?v=pGcCvkaC8nc&feature=emb_logo