Beja: Airbus A310 começou a ser cortado. Hoje fica reduzido a bocados.
O Airbus A310 estacionado no Terminal Civil começou finalmente ontem a ser cortado. Esta quarta-feira a aeronave fica reduzida a bocados.
O avião Airbus A310, que pertencia à SATA Air Açores, que tinha sido abatido ao efetivo da companhia e que estava estacionado há mais de 2 anos na placa de estacionamento do Terminal Civil Aeronáutico de Beja (TCB) começou ontem a ser cortado.
A operação de desmantelamento está a cargo da Unidade de Beja da AmbiGroup Resíduos, teve início no passado dia 9 de julho e depois de alguns dias de interrupção, face a problemas burocráticos entre ANA-Aeroportos e o proprietário da aeronave, que segundo apurou o Lidador Notícias (LN), é uma empresa de aviação estrangeira.
O processo foi retomado na segunda-feira, com a mudança de local da aeronave e a colocação de tapetes isolantes no chão do terminal. Ontem começaram os cortes, tendo a causa, com o símbolo da companhia aérea açoriana, a primeira deixar a fuselagem. Depois as potentes “maxilas” da máquina de corte começaram a rasgar a fuselagem, cujos bocados foram transportados para o Parque Ambiental da AMALGA, a cerca de 10 quilómetros de Beja.
O desmantelamento de uma aeronave é um processo tido como complexo. Primeiro foram retirados os fluidos hidráulicos e o jet fuel que aeronave tinha nos depósitos. Depois foi a desmontagem das partes móveis e interiores, como flaps, ailerons, assentos, bagageiras, tapeçaria, vidros e cockpit.
Fonte da AmbiGroup disse ao LN que “a operação que deverá ser dada por concluída esta quarta-feira. As asas e a cabine vão ser cortadas da forma forma que o resto da aeronave”, e o destino será a reciclagem.
A história do CS-TRY Terceira começou a escrever-se em 11 de março de 2018, quando aterrou nas pistas da Base Área (BA) e estacionou na placa do TCB, de onde nunca mais levantou voo já que o objetivo era ser desmantelado.
A aeronave foi adquirida à SATA por uma empresa que lhe retirou o “coração”, ou seja os dois reatores e “abandonou” a carcaça na placa do TCB. Em abril de 2019, o A310 chegou a ser mudado para as placas da BA11, mas, voltou ao Terminal, onde ainda se encontra. No final do mês de março, a dívida acumulada à ANA pelo “estacionamento” da aeronave rondava os 320.000 euros, tendo a empresa ponderado tomar a posse administrativa do aparelho, caso não conseguisse resolver o problema da dívida, o que veio a ser feito.
Pelo caminho ficou a intenção de um grupo empresarial do Alentejo, com interesses no sector do turismo, em adquirir a aeronave, para a transformar em alojamentos personalizados em turismo rural, mas o custo do parqueamento em dívida à ANA e o preço de aquisição, a que se juntou a pandemia do covid-19, tornaram a operação proibitiva.
Teixeira Correia
(jornalista)