Desde o passado dia 26 de junho e até 4 de dezembro, no âmbito da operação “Campo Seguro 2023”, o Comando Territorial de Beja da GNR, apreendeu 10 toneladas de azeitona furtadas nos olivais do distrito.
Em comunicado o CTBeja refere que foram detidas 62 pessoas e identificados 67 suspeitos, resultantes das 128 ocorrências relacionadas com o furto de produtos agrícolas, “fruto da intensificação do patrulhamento nas explorações agrícolas, potenciado a prevenção criminal e a redução do número de furtos de azeitona”, justifica o Comando.
A Guarda acrescenta que durante a campanha, foram realizadas 199 ações de sensibilização, abrangendo 599 pessoas e empenhando 376 militares.
Em dados contabilizados pelo Lidador Notícias (LN), de acordo com os comunicados do CTBeja, entre 14 de outubro e 28 de novembro, em cinco concelhos do distrito de Beja, a GNR deteve 28 pessoas pessoas envolvidas em sete furtos de azeitona, dos quais resultaram a apreensão de 1884 quilos daquele fruto. Destas ocorrências, a maior ocorreu em Castro Verde, no passado dia 19 de outubro, tendo a Guarda apreendido 800 quilos de azeitona e detido três homens e uma mulher.
Os envolvidos nos furtos são 18 homens e 10 mulheres, com idades compreendidas entre os 17 e os 63 anos, que apesar de detidos em flagrante delito nenhum dos arguidos foi presente a um Juiz de Instrução Criminal, tendo os casos sido remetidos para os Tribunais de Almodôvar, Cuba, Moura, Ourique e Serpa.
O modus operandi dos responsáveis pelos furtos é sempre a mesma: introduzem-se nos olivais sem autorização dos proprietários e apanham a azeitona tanto das oliveiras como no chão. A forma de escoamento do produto furtado, passa pela existência de recetadores que depois escoam a azeitona.
O LN falou com um agricultor, que sob anonimato, revelou que “õ aumento do preço do azeite leva ao aumento do número de furtos. Os intermediários (recetadores) compram a azeitona dos furtos a baixo preço, entre 35 e 40 cêntimos, sem quererem saber a sua origem, para depois revenderem a lagares ou transformar em azeite de forma ilegal”, justificou.
A operação “Campo Seguro 2023” prolonga-se até 31 de dezembro e para além da prevenção e patrulhamento para evitar os furtos de azeitona, a GNR está também atenta aos possíveis casos de tráfico de seres humanos.
Teixeira Correia
(jornalista)