Beja: Ministério Público pede 17 anos de prisão para irmão que matou irmão.


O Procurador do Ministério Público do Tribunal de Beja, pediu ontem entre 13 e 17 anos de prisão para Analídio Luís, o individuo de Longueira, concelho de Odemira, que em junho do ano passado matou o irmão com um tiro de caçadeira.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAPor seu turno a defesa alegou que houve um crime mas que “foi uma morte por acidente, sem intenção de tirar uma vida”, defendendo “uma pena até 5 anos”, sustentando que o crime deve ser enquadrado como homicídio por negligência.

O julgamento fica marcado pelo fato do arguido ter alterado em sede de julgamento o depoimento feito no decurso do primeiro interrogatório após ter cometido o crime. Analídio matou o irmão com um tiro de zagalote, munição para abater javalis e disse que este “teve sorte porque o primeiro tiro a bala encravou”.

Ontem contou outra versão, justificando que José Luís, o irmão, vítima mortal, “puxou a espingarda e como tinha o dedo no gatilho esta disparou-se”, não conseguindo explicar porque fugiu do local sem pedir ajuda.

As causas do homicídio podem ter estado ligadas a exigência de dinheiro para o consumo de bebidas alcoólicas, feitas por Analídio a José Luís e não satisfeitas por este.

“As incoerências nos depoimentos”, como ressalvou o presidente do coletivo de juízes, Vítor Maneta, levou a que não fosse aceite o relatório de avaliação psiquiátrica, apresentado pela defesa para demonstrar que o arguido era inimputável.

O presumível homicida que está acusado dos crimes de homicídio qualificado e detenção de arma proibida, viu este último passar a agravado.

Durante o julgamento e assumindo a morte do irmão, sempre “sem intenção”, Analídio não mostrou arrependimento e apesar da presença da sobrinha, a filha da vítima, não pediu desculpa pelo ocorrido. A leitura do acórdão ficou marcado para o próximo dia 8 de março.

Teixeira Correia

(jornalista)


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