Beja: Preso durante 9 meses, foi absolvido do crime de extorsão de atos sexuais.
Um homem esteve em prisão preventiva durante 9 meses, acusado do crime de extorsão de um octogenário, por motivações sexuais, foi absolvido e saiu em liberdade.
Um individuo que este detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Beja, acusado do crime de extorsão por motivações sexuais, na pessoa de um octogenário, foi ontem absolvido e libertado depois de nove meses de encarceramento.
António Reis, de 44 anos, com residência em Alenquer, estava detido desde maio de 2019, pela acusação de ter, entre março de 2017 e fevereiro de 2019, extorquido 60.395 euros, a um indivíduo de 81 anos, que com ele desejava manter relações sexuais.
Em tribunal, José Manuel C., residente no concelho de Aljustrel, alterou a versão que tinha dado durante a fase de instrução do processo e que “o arguido o tinha ameaçado, de que iria contar à minha família de que eu gostava de homens”, referindo que “fui-lhe dando dinheiro na perspetiva de me encontrar com ele”, acrescentando que “não conhecia António e só falei com ele pelo telefone”, justificou.
O octogenário afirmou ter começado a gostar de homens “há mais de 15 anos” e que recorria aos jornais “para contatos com indivíduos de Lisboa”, sustentando que no caso em julgamento “comecei a ficar doente pelo facto de não recuperar o dinheiro que lhe fui emprestando”, rematou.
A sessão começou às 10,00 horas de segunda-feira e hora e meia depois já o Procurador do Ministério Público pedia a absolvição de António Reis e Manuel Dias, de 42 anos, arrastado para o processo pelo facto do seu cartão de telemóvel ter sido apanhado em chamadas entre António e José Manuel.
A advogada do arguido pediu a imediata libertação do seu cliente, tendo o presidente do Coletivo de Juízes, Vítor Maneta, marcado a leitura do acórdão para as 16,00 horas e em poucos minutos, absolveu os arguidos e mandou libertar António Reis, que saiu do tribunal na companhia da sua advogada em direção a casa.
Já em liberdade António Reis, disse ao LN que “é um alívio. Não fiz nada para estar preso nove meses. Os três primeiros foram muito complicados. Vou falar com a advogada e processar o senhor a fim de ser indemnizado por danos morais e materiais que sofri”, concluiu.
Teixeira Correia
(jornalista)