Ciclismo: Volta ao Alentejo sobe na categoria UCI e disputa-se em fevereiro.
O Comité de Estrada da União Ciclista Internacional (UCI) aceitou a proposta da Podium Events para a promoção da Volta ao Alentejo, para a categoria 2.1 e a realização da prova na segunda quinzena do mês de fevereiro.
A Podium Events decidiu propor a promoção da corrida para 2.1 do ranking da União Ciclista Internacional (UCI) e alterar a data de realização para o mês de Fevereiro, na semana seguinte à Volta ao Algarve (Calendário Internacional UCI 2017: aqui). É o reconhecimento da importância e o relançamento da Volta ao Alentejo em Bicicleta, no panorama nacional e internacional.
O anúncio oficial desta nova estratégia para a “Alentejana” ainda não foi feito pela Podium Events, entidade organizadora da “Alentejana” e da Volta a Portugal, tendo em conta que a empresa aguarda a comunicação da aprovação do calendário internacional por parte da União Ciclista Internacional, que ocorreu durante os Campeonatos do Mundo.
Esta nova realidade visa aproveitar as equipas e os corredores do World Tour, a 1ª divisão do ciclismo Mundial, que disputam a Volta ao Algarve e que habitualmente se realiza na terceira semana de fevereiro, ou aqueles que disputaram a Volta à Andaluzia, que se realiza nas mesmas datas da “Algarvia”.
Na prática o que vai acontecer é que a Volta ao Algarve, que se realiza entre 15 e 19, termina num domingo e na quarta-feira seguinte tem início a Volta ao Alentejo, a disputar entre 22 e 26, com a maior parte da equipas estrangeiras a ficarem em Portugal mais uma semana.
Mas subir a corrida de escalão e manter as datas de disputa, segunda quinzena de março, em nada beneficiava a corrida, dai a decisão de “encostar” a “Alentejana” à “Algarvia”, por forma a que durante duas semanas, Portugal seja o centro das atenções no ciclismo mundial.
Para assumir este desafio, a organização da Volta ao Alentejo ponderou todos os prós e contras, tendo em conta que esta opção vai obrigar a um maior esforço financeiro por parte da Podium e das autarquias envolvidas.
Depois de sete edições em que a corrida foi consolidada no escalão de 2.2, com a revelação de muitos jovens que hoje integram as principais equipas do WorldTour, como são os casos de Jasper Stuyven/BEL, Carlos Barbero/ESP, Pavel Bernas/POL e Enric Masd/ESP, vencedores entre 2013 e 2016, importava fazer uma aposta diferente, para a fazer regressar aos áureos anos do final da década de 90.
Nomes como Alberto Contador, Thomas Gerant, Fabio Aru, Richie Porte, Luís Leon Sanchez, Rigoberto Uran, Tony Martin, Julian Alaphilipe, Marcel Kittel, Tony Galopin, Andre Greipel, Alexandro Valverde, Nelson Oliveira, Tiago Machado, Robert Gesink, Sérgio Paulinho, Jasper Stuyven, são alguns dos muitos nomes que poderão marcar presença nas estradas do Alentejo, em 2017.
A “Alentejana” chegou a internacional em 1996, com a presença de Miguel Indurain (na foto na partida em Cuba) e manteve tal categoria até 2009, data em que a organização a CIMAC-Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, “herdeira” da Associação de Municípios do Distrito de Évora (AMDE), decidiu suspender a efectivação da corrida.
É a Podium, num protocolo com a CIMAC, que tem colocado na estrada desde 2010 a Volta ao Alentejo em Bicicleta, tendo passando a mesma para a categoria 2.2, que face à regulamentação da UCI, limitava a presença de melhores equipas do Mundo.
Recorde-se que a Volta ao Alentejo é a única prova internacional do Mundo, em que nenhum corredor conseguiu repetir o triunfo. Trinta e quatro edições têm outros tantos vencedores diferentes e entre eles estão Miguel Indurain, Aitor Garmendia, Asiat Saitov, Melchior Mauri, José Luís Rubiera, Laszlo Bodrogi, Xavier Tondo, Paulo Ferreira, Manuel Zeferino, Marco Chagas, Joaquim Gomes, David Blanco, entre muitos outros.
Teixeira Correia
(jornalista)