Comboios: CP vai adquirir novas unidades a diesel ou em troços eletrificados, para circular na Linha do Alentejo.
O ministro das Infraestruturas anunciou ontem no parlamento onde anunciou o programa de modernização do material circulante que vai permitir ter um melhor serviço na linha do Alentejo, onde vai evitar os transbordos de passageiros.
Pedro Marques foi ouvido no parlamento, em Lisboa, acerca do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) e destacou vários investimentos previstos para a ferrovia, na qual o executivo espera investir cerca de 360 milhões de euros, quer a nível de infraestruturas, quer de material circulante.
Em relação ao material circulante, no próximo ano “será acelerado” o programa de modernização do material circulante da CP – Comboios de Portugal, com uma intervenção em 35 unidades, e será iniciado o programa de aquisição de novo material circulante da CP, para aquisição de oito unidades que podem circular em diesel ou em troços eletrificados, com um custo estimado de 60 milhões de euros, “para reforçar a coesão territorial da rede”.
De acordo com o ministro, este material circulante vai permitir ter um melhor serviço nas linhas do Oeste, do Douro e do Alentejo, onde vai evitar os transbordos de passageiros.
Nas próximas duas semanas será também lançado o concurso de conservação ferroviária da infraestrutura existente de 126 milhões de euros, mas nada se destina à Linha do Alentejo.
O ministro anunciou que “nos próximos 90 dias” será lançada “a primeira grande obra”, que está em falta para ligar Portugal ao resto da Europa por sul – o troço entre Évora e Elvas, um concurso de 70 milhões de euros, “desenvolvendo depois gradualmente todo o investimento que lhe está associado”.
Posição de Pedro do Carmo, presidente da Federação do Baixo Alentejo e deputado do Partido Socialista.
Entretanto em comunicado o deputado do PS eleito por Beja, Pedro do Carmo, defende que “a mobilidade é fundamental para as pessoas, os territórios e as economias locais”, acrescentando que a ferrovia “é uma solução de transporte importante para a região, que não teve nos últimos 20 anos, nem atenção nem investimento”. No documento entre vários considerando, defende que “a CIMBAL assuma a defesa da oferta ferroviária na região como um importante pilar para a mobilidade das populações e para a afirmação turística do território do Baixo Alentejo.
Documento de Pedro do Carmo
Beja merece e precisa de muito mais. Mais para a vida das pessoas. Mais para as dinâmicas do Mundo Rural. Mais para dar futuro a uma Região com baixa densidade, mas elevado potencial produtivo, cultural e identitário.
Toda a gente sabe que as disponibilidades financeiras do país são limitadas.
Toda a gente sabe que o atual governo do PS, apoiado pelo PCP, BE e PEV, para além da estratégia de reposição dos rendimentos dos cidadãos, está apostado em recuperar o tempo perdido em vários setores, nos quais se integra a mobilidade ferroviária.
Toda a gente sabe que o atual quadro comunitário do Portugal 2020 foi negociado pelo anterior governo PSD/CDS, não contemplando nenhuma resposta de requalificação da oferta ferroviária para o Baixo Alentejo.
Agora, depois de meses de reuniões e contactos sem alaridos com o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas e com a CP, toda a gente também sabe que o governo do PS, através da CP, vai lançar um concurso para a aquisição de novas carruagens que, com melhores condições de conforto para os utentes, permitirão a sua utilização, sem paragens, na linha ferroviária entre Beja e Lisboa.
O concurso internacional para a aquisição de novas automotoras e locomotivas permitirá a melhoria da oferta ferroviária, através de um investimento confirmado pelo Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, já durante o debate do Orçamento de Estado para 2018.
Segundo o Ministro do Planeamento Pedro Marques, o programa de modernização do material circulante da CP – Comboios de Portugal, com uma intervenção em 35 unidades, e será iniciado o programa de aquisição de novo material circulante da CP, para aquisição de oito unidades que podem circular em diesel ou em troços eletrificados, com um custo estimado de 60 milhões de euros, “para reforçar a coesão territorial da rede”.
Do que se sabe hoje importa sublinhar:
1- A atual situação do serviço ferroviário prestado é amplamente insatisfatória para as necessidades das populações do Baixo Alentejo, em resultado de 20 anos de desinvestimento e de abandono. Ninguém duvida que Beja merece muito mais;
2- PS e Governo partilham a vontade política de requalificar a oferta de transporte público ferroviário da região;
3- PS e Governo partilham a vontade política de, no quadro das disponibilidades de curto e médio prazo, melhorarem as condições de transporte e de funcionamento da oferta ferroviária;
4- O Governo vai lançar um concurso internacional para a aquisição de novas automotoras e locomotivas também para a linha de Beja, permitindo um serviço sem paragens forçadas até Lisboa;
5- O PS defende que, no quadro da reprogramação do atual quadro comunitário Portugal 2020, sejam contempladas verbas para a eletrificação da linha ferroviária de Beja e sejam realizadas as obras de reforço das subestações da REN;
6- O PS defende que a CIMBAL assuma a defesa da oferta ferroviária na região como um importante pilar para a mobilidade das populações e para afirmação turística do território do Baixo Alentejo.
Se toda a gente sabe as circunstâncias atuais do estado do serviço e as condições necessárias para superar a situação resultante do desinvestimento de muitos anos, quais as razões da agitação atual quando o governo do PS apresenta um caminho para resolver a situação?
A resposta pode estar nos silêncios comprometidos de anos ou na necessidade de agitação político-partidária quando se sabe que reverter a situação exige tempo para cumprir as etapas dos concursos públicos internacionais ou a oportunidade para renegociar o quadro comunitários de apoio.
Se as soluções fossem fáceis, já o PCP tinha colocado em cima da mesa como prioritária na negociação do Orçamento de Estado para 2018 propostas concretas orçamentadas e com menção de fonte de financiamento para resolver de hoje para amanhã, a situação do material circulante, da eletrificação da linha e do reforço das condições de conforto dos utentes.
A resposta está em continuar a trabalhar em soluções, em continuar, com seriedade e sem populismos, a defender em Lisboa e em Beja, a concretização dos compromissos de requalificação da linha ferroviária de Beja.