O julgamento sobre poluição em Fortes começa hoje no Tribunal de Beja. VÃtima, uma mulher de 60 anos, pede mais de 260 mil euros de indemnização.
Rosa Dimas, de 60 anos, habitante de Fortes, no concelho de Ferreira do Alentejo, exige uma indemnização de mais 260 mil euros à AZPO-Azeites de Portugal, fábrica de bagaço de azeitona que labora na aldeia, por considerar que esta é a geradora da poluição que causou problemas de saúde.
A mulher exige à empresa ligada ao Grupo Migasa, o segundo maior embalado do mundo, o pagamento de 261.370,70 euros por danos de natureza patrimonial e não patrimonial.
Pelos danos patrimoniais, que vão das despesas com a saúde, perda de rendimentos e outros a autora da ação pretende que a ré seja condenada a pagar 161.370,70 euros, e pelos danos não patrimoniais, relacionados pela afetação da sua saúde fÃsica e psÃquica, pede mais 100.000 euros.
Na ação cÃvel Rosa Dimas, residente há 12 anos no lugar de Fortes, acusa a AZPO de ser a causadora dos seus problemas de saúde que surgiram em meados de 2017, quando começou a sofrer de dificuldades do foro respiratório. São os fumos concentrados e as partÃculas de cinza, fuligens e resÃduos, expelidas pelas chaminés que têm merecido a contestação da população e associações ambientais, que estão na origem da ação de Rosa Dimas.
Por seu turno a AZPO considera que não há razões para as indemnizações pedidas, porque não há o nexo de casualidade entre o facto gerador da responsabilidade e a ocorrência do dono, defendendo que a existirem danos, estes não tiveram origem noutras causas a que se consideram alheios, considera a empresa ligados aos espanhóis do Grupo Migasa.
Teixeira Correia
(jornalista)