Fª do Alentejo: Fábrica de Bagaço de Azeitona nas Fortes gera polémica
Queixas da população sobre poluição da Fábrica de Bagaço de Azeitona das Fortes, leva autarquia a apresentar queixa às autoridades responsáveis pelo sector.
A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, emitiu um comunicado onde faz saber que desde o primeiro momento em que tomou contacto com “as queixas da população”, que “manifestou” junto das autoridades competentes pelo licenciamento e fiscalização do exercício da actividade industrial em apreço, a sua “preocupação e vontade” em que fossem tomadas medidas correctoras da situação.
No documento a autarquia justifica que já “colocou o problema junto das autoridades competentes”, nomeadamente, e à cabeça a Direcção Regional de Economia do Alentejo, entidade coordenadora do licenciamento, mas igualmente junto do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, Agência Portuguesa do Ambiente I.P, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e Direcção Regional de Agricultura e Pescas.
A concluir a Câmara Municipal justifica que “aguarda pela resolução” da situação exposta.
A fábrica foi construída no final dos anos 60 para transformar tomate com o nome de Consol. Veio a falência e algumas dezenas de anos depois a fábrica foi reconvertida para laboral nos derivados da azeitona com o nome de Tomsil. Agora a fábrica é explorada por uma empresa sediada em Santa Maria da Feira.
O jornal Público visitou as Fortes e recolheu alguns dados interessantes
É a nova realidade ambiental resultante da fileira do olival intensivo e superintensivo produzido na área sob influência de Alqueva. Uma fonte da empresa Alcides Branco adiantou ao jornal que o volume de bagaço de azeitona produzido nos novos lagares de azeite instalados na região de Beja chega às 600 mil toneladas. Este é um resíduo que não pode ser depositado em aterro.
O recurso é transformar uma matéria orgânica que contém água, óleo e biomassa em material de queima. Para isso é preciso transformá-lo nas três unidades que neste momento existem em Alvito, Odivelas (na foto, mas que não tem qualquer ligação com a empresa acusada de ser a autora da poluição) e Fortes, as duas últimas localizadas no concelho de Ferreira do Alentejo.
Acresce ainda que transportar o bagaço de azeitona dos lagares para as três unidades de transformação significa um tráfego médio de 24 mil camiões com capacidade de 25 toneladas cada. As consequências ambientais que derivam da actividade já se fazem sentir na contaminação de linhas de água.
Teixeira Correia
(jornalista)