Moura: Comunidade de Vale do Touro recusa fazer testes do Covid-19.
A comunidade do lugar de Vale do Touro, em Moura, recusou efetuar os testes de Covid-19, que a Unidade de Saúde Publica (USP) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) tinha decidido efetuar na manhã deste sábado.
Num comunicado emitido já ao final da tarde de hoje, a UPS revelou que “não foi, possível concretizar esta decisão por motivos de todo alheios à nossa intenção”, assumindo toda a responsabilidade justificando que a decisão tinha sido tomada por se “tratar de uma população definida e avaliada como de alto risco”.
O médico de saúde pública, responsável pela USP, sustenta (Comunicado USP-ULSBA) que a instituição “espera de todos uma postura de responsabilidade pública certa que que quando, na aparência, tal não acontece seja por não se ter feito compreender”, não sendo apontada uma solução para o caso.
Nas redes sociais um residente de Vale do Touro escreveu que “eram 9 horas da manhã quando fomos surpreendidos para que fizéssemos testes e recusámos. Fomos apanhados como coelhos”, deixando acusações de racismo ao presidente da autarquia de Moura.
A decisão da USP em fazer os testes à referida comunidade, localizada a 3 quilómetros da cidade alentejana e onde vivem cerca de 70 pessoas de etnia cigana, deveu-se ao facto de esta ter contato direto com uma mulher grávida, que testou positivo ao novo coronavírus.
Na manhã de hoje, o Serviço Municipal de Proteção Civil de Moura revelou que “por decisão da USP se iam efetuar os testes” garantindo todo o apoio necessário “durante o período de confinamento”, que para já não se vai verificar.
O Lidador Notícias (LN) ouviu o presidente da Câmara Municipal de Moura, que remeteu “qualquer esclarecimento” para a Unidade de Saúde Pública e instado a comentar as acusações dos utentes de Vale do Touro justificou que “com esta idade não tenho medo de ameaças”, rematou.
Jorge Seguro Sanches, o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, nomeado pelo Governo como coordenador para o Alentejo das medidas de combate à pandemia do Covid-19, disse ao LN que “a situação está a ser acompanhada e se a USP considerar necessária a articulação com outras entidades estarei disponível”, justificou.
Teixeira Correia
(jornalista)