Suspeito foi acusado de homicídio tentado. Depois dos disparo, voltou a carregar a arma, mas não disparou e foi algemado ao postigo da porta.
O Ministério Público (MP) de Moura deduziu acusação contra um homem que se barricou em casa e para evitar a entrar da GNR fez um disparo de caçadeira contra os militares, furando a porta da habitação. Será julgado por um Coletivo de Juízes por tentativa de homicídio.
Militares do Destacamento de Intervenção (DT) do Comando Territorial de Beja da GNR que davam cumprimento a mandados de busca e apreensão de armas, foram recebidos a tiro de caçadeira quando procuravam entrar numa habitação. Foram apreendidas armas de fogo, munições e armas brancas.
O caso aconteceu no dia 22 de junho de 2020 num monte, junto à Herdade de Lupitos, em Moura, quando a equipa do DT, composta por seis elementos, dava apoio a camaradas do Núcleo de Investigação Criminal de Moura para cumprimento às intimações do Ministério Público (MP) desta cidade.
De acordo com o despacho de acusação a que o teve acesso, Bento Ramos, de 53 anos, está acusado pelo MP de três crimes: homicídio na forma tentada, detenção de arma proibida e tráfico de armas.
Após chegarem ao monte e no ato de tentativa de abertura da porta da habitação, apesar de se terem identificado gritando “GNR”, o homem municiou uma caçadeira de canos sobrepostos com dois cartuxos de calibre 12 e fez um disparo contra os guardas. O disparo atingiu a porta a 1,60 metros de altura, tendo trespassado a mesma, que era feita em chapa. O MP sustenta que com o disparo o arguido teve o propósito de “atingir um militar na cabeça e provar-lhe a morte”,
A acusação revela que só 15 minutos após os militares conversarem com o suspeito e fazerem-lhe perceber que cumpriam mandados judiciais e que deveria permitir a entrada, “este abriu um postigo da porta, colocou os braços de fora, o que permitiu a colocação das algemas, que levaram à entrada na casa e à sua detenção”.
Quatro dias antes da operação da GNR o arguido deslocou-se ao estaleiro de outro indivíduo e fez-lhe a entrega de uma caçadeira, calibre .22, a título que a investigação não conseguiu apurar, tendo sido esta ação que esteve na origem da emissão dos mandados de busca e apreensão de armas.
No interior da habitação que foi alvo da ação dos militares, além da caçadeira com que fez os disparos contra os guardas, foram apreendidas, uma espingarda de alavanca Winchester e uma carabina carregada com duas munições, ambas de calibre 30-30, 47 cartuchos calibre 12 com diversos tipos de chumbo e mais cinco munições de outros calibres.
O arguido aguarda em liberdade, mediante termo de identidade e residência (TIR), o julgamento que se realiza na segunda quinzena do próximo mês de fevereiro.
Teixeira Correia
(jornalista)