Começa hoje no Tribunal do Trabalho de Beja o julgamento que opõe 20 ex-trabalhadoras da Unidade de Cuidados Continuados e do Lar de Garvão aos réus Fiel Santos Cardoso – Unipessoal, Lda e Futuro de Garvão – Associação de Solidariedade Social.
Segundo apurou o Lidador Notícioas (LN) as trabalhadoras deixaram de receber em Novembro de 2021 e despediram-se alegando justa causa em Março de 2022, reclamando uma dívida no total é de 108.348,76 euros.
14 de janeiro de 2022 Presidente da Câmara de Ourique foi falar com os trabalhadores da instituição que têm ligação à Futuro de Garvão e não a empresa gestora. O encerramento eliminou “30 camas” e vai extinguir “40 postos de trabalho”.
O encerramento por insolvência/falência da empresa proprietária, da Unidade de Cuidados Continuados de Garvão (UCCG) levou à eliminação de 30 camas e transferência dos utentes e extinguiu 40 postos de trabalho. O encerramento do exercício da empresa proprietária Fiel Santos Cardoso, Unipessoal Lda, ocorreu em 31 de dezembro de 2022.
A UCCG começou a funcionar em 14 de maio de 2012, gerida pela Futuro de Garvão-Associação de Solidariedade Social, tendo sido inaugurada em meados de dezembro desse ano, pelo então secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro Passos Coelho e presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas. Em causa esteve um investimento superior a um milhão de euros, sendo que mais de 722 mil, foram suportados pela Administração Regional de Saúde e por fundos privados.
Em 28 de fevereiro de 2020 foi feita a escritura de aquisição da unidade de cuidados continuados à Futuro de Garvão pelo jovem médico Miguel Fiel Cardoso e foi na sequência dessa compra que foi descoberto um desvio de dinheiro na instituição, num montante superior a 100 mil euros. Temendo a descoberta, um diretor e a mulher que era funcionária da instituição, acompanhados de uma advogada, assumiram a autoria do desvio.
Aquando do negócio, Miguel Cardoso afirmou saber que a instituição tinha “graves problemas financeiras, mas não imagina este desenlace”, acrescentado que “comprámos o edifício e alugámos os espaços à Futuro que gere as valências prestadoras de serviços”. Um imbróglio jurídico e de gestão que termina da pior forma para os trabalhadores.
Teixeira Correia
(jornalista)