Alcáçovas/ Vª do Alentejo: Mulher foi morta no jardim pelo marido.
Um indivíduo não aguentou a separação da mulher e matou-a ontem num jardim, em Alcáçovas (Viana do Alentejo), com uma faca. No espaço público ia realizar-se um encontro de grupos corais.
O que era uma tarde com um final de festa com o cante alentejano, Património da Imaterial da Humanidade, nem chegou a começar, porque o homicídio de uma mulher às mãos do marido, no Jardim Público de Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo, deixou a população em lágrimas, incrédula e revoltada.
No espaço estavam dezenas de pessoas e na esplanada, Maria Silvério, 52 anos, tomava café com a mãe e duas primas, quando o marido se abeirou dela e lhe perguntou: “queres viver comigo ou não?”, e à resposta negativa da mulher, António Ganso, 50 anos, ripostou que “então vou-te matar”. Sem ninguém esperar, sacou de uma faca e desferiu um primeiro golpe na zona pulmonar da mulher, que se viria a mostrar fatal.
Sem pestanejar, António ainda deu mais algumas facadas em Maria, que se levantou na cadeira e caiu na calçada, já sem vida. Populares que estavam no local falam em 30 facadas em várias zonas do corpo. Junto ao quiosque do jardim e sem oferecer resistência, o indivíduo foi agarrado por um popular e instantes depois detido e algemado pela GNR.
António e Maria estavam separados e ao que se diz na terra, em processo de divórcio há cerca de dois meses. O homem, pastor numa herdade de uma localidade próxima de Alcáçovas, não aceitava a separação e queria que a mulher, a residir em casa da mãe, voltasse a viver com ele.
No jardim a confusão foi total e a maioria das pessoas fugiu do local. A tomar café estava Ricardo Algarvio, residente em Alcáçovas e bombeiro da corporação de Viana do Alentejo, que ligou ao 112 e prestou os primeiros socorros a Maria Silvério.
“Foi tudo muito rápido, ninguém estava à espera de uma coisa destas. Procurei socorrer a mulher, mas não havia nada a fazer”, resumiu.
Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, e que passava de carro, contou ao LN que: “vi passar a mãe da Maria a correr e a gritar e vi o corpo no chão, pensei que fosse um problema de saúde, mas vi o sangue e voltei atrás. Fiquei arrepiada”, contou.
O presumível homicida foi levado para as celas do Comando Territorial de Évora da GNR, devendo ser presente amanhã no DIAP de Évora, para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coação.
No local estiveram os Bombeiros de Viana do Alentejo, militares do NIC de Évora e do posto de Alcáçovas da GNR.
Teixeira Correia
(jornalista)