Beja: Falsificou assinatura de cliente em letras e sacou quase 9.000 euros.


Um antigo empresário, já reformado, começou ontem a ser julgado pelos crimes de falsificação de documentos e burlas. Em 2013 foi condenado a 3 anos e 6 meses, pelos mesmos crimes, com pena suspensa.

BEJA- Tribunal  António_800x800António Augusto Morgado (na foto de casaco castanho, à saída do tribunal), 69 anos, antigo empresário de Lisboa, que se dedicava ao comércio a retalho de peças e acessórios para automóveis, agora já reformado, começou ontem (quarta-feira), a ser julgado no Tribunal de Beja acusado de 7 crimes de falsificação de documentos de forma consumada e 7 crimes de burla na forma tentada, casos que remontam a 2008.

O homem, gerente da empresa Safel, em processo de insolvência e também acusada dos mesmos crimes, sacou sete letras no valor de 8.650 euros, em nome de um antigo cliente, António Joaquim Gregório, residente na freguesia de S.Teotónio (Odemira), a quem falsificou a assinatura e meteu as letras em vários bancos, como se do pagamento de uma dívida se trata-se.

António Morgado, foi condenado em março de 2013, pelo Tribunal de Odemira, em três anos e seis meses de prisão, pena que foi suspensa, pelo mesmo período, certidão que o Colectivo de Juízes, ordenou seja junto à acusação do processo julgado ontem (quarta-feira).

O lesado, António Joaquim Gregório, conseguiu travar o desconto das letras nas suas contas, mas não evitou que durante três anos, quatro bancos lhe tivessem penhora a casa de habitação, a oficina e vários carros. Constituindo-se assistente no processo, António Gregório teve que provar em vários tribunais que a sua assinatura era falsificada e assim levantado a penhora dos seus bens. Gregório quer ser ressarcido em mais de 5.000 euros, por despesas que fez no pagamento de taxas de justiça, deslocações a julgamentos e outras.

Em tribunal o homem disse que anos antes tinha comprado e pago duas máquinas ao arguido e terá sido dos documentos de aquisição que falsificou a sua assinatura.

Questionando uma testemunha de defesa de António Augusto Morgado, um dos juízes, citando o relatório social, perguntou se o facto deste ter, “adquirido uma moradia que colocou em nome do filho e um divórcio que parecia fictício”, se destinava a encobrir património, situação que teve uma resposta pouco convincente do depoente.

No tribunal de Beja corre um terceiro processo contra António Morgado, pelo mesmo tipo de crimes e que ainda não chegou a julgamento.

Teixeira Correia

(jornalista)


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