No início do mês defendeu essa situação e autoridades de saúde desvalorizaram. José Alberto Guerreiro contesta a decisão do Governo: “nem queria acreditar”.
“Fui apanhado de surpresa pela decisão do Governo. Quando acabou o Conselho de Ministros e fui informado da decisão das cercas sanitárias nem queria acreditar”, foram as primeiras palavras do presidente da Câmara Municipal de Odemira, na conferência de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira.
“Assumo pessoal e politicamente que no início de abril defendi a efetivação das cercas sanitárias no concelho com todos os focos identificados, fossem de migrantes ou de residentes locais. Comuniquei a quem de direito, porque nessa altura fazia sentido”, revelou José Alberto Guerreiro, que assegurou que “agora existiam condições objetivas para o desconfinameto e não para as cercas”, rematou.
Quanto às limitações na circulação de trabalhadores, o autarca revelou que “dentro das cercas pode haver circulação. Fora do limite das mesmas não estão autorizadas entradas, mesmo com testes positivos. A proposta dos empregadores para que houvesse circulação não foi aceite”, justificou.
O autarca deixou o lamento de que o facto das empresas do concelho contribuírem para o PIB nacional das exportações “não pode ser justificação para comportamentos sem regras. Não pode ser o chegar, instalar e depois logo se vê”, defendendo o cumprimento das medidas de alojamento dos trabalhadores “que não é cumprido pelos empregadores”, concluiu.
O autarca defendeu “a alteração da fórmula de cálculo dos infetados, por forma a repor as medidas para que no próximo Conselho de Ministros sejam levantados os embargos no concelho
O edil do maior concelho da Europa sustentou que “procuro a equidade para com todos e de todos exijo o mesmo. Sofremos uma situação que outros recusaram”, justificando que a economia do concelho “sofre um duro golpe. Reivindicamos os apoios imediatos a todos os afetados das freguesias”, concluiu.
José Alberto Guerreiro revelou que além do Empreendimentos Zmar decidida pelo Governo, já hoje foi acrescentada a Pousada da Juventude de Almograve que tem 42 quartos. “Aqui ficam os infetados, se houver sobrelotação vão para o Zmar que é destinado a convalescentes e a pessoas que vivam em habitações com excesso de lotação”, concluiu.
Sobre o empreendimento turístico, o autarca justificou que “as expetativas dos administradores eram grandes e agora foram bloqueadas”, visivelmente agastado, o presidente da câmara e Odemira deixou o recado aos governantes: “acabou o sonho do Parque Natural do Sudoeste e da Costa Vicentina. Mudaram a sede para Olhão e mais regressou”, rematou o edil.
Teixeira Correia
(jornalista)
Foto: Reinaldo Rodrigues/ Global Imagens