Suinicultura: Alentejo vai acolher maior unidade nacional de abate.
É apontada como uma revolução na suinicultura. Quase um ano depois da primeira carne de porco portuguesa ter sido enviada para a República Popular da China, “o triunfo dos porcos” consolida-se. Investidores antecipam que exportações atinjam os 200 milhões de euros em 2020.
Na sua página de facebook, a ACOS-Associação de Criadores de Ovinos do Sul deu a conhecer um investimento de quatro milhões de euros, a que se juntam mais seis milhões para transformar a Maporal, até ao final de 2020, na maior unidade de abate nacional.
Segundo a Rádio Renascença, nos últimos quatro anos, o volume de negócios da fileira da carne de porco em Portugal evoluiu favoravelmente. A confirmação foi feita pela Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS). As previsões de exportações de carne de porco nacional para a China, o maior produtor mundial deste produto, apontam para 100 milhões de euros este ano, e 200 milhões de euros em 2020.
Entre 2015 e 2018, registou-se um aumento de 4% nos valores de autossuficiência do país, tendo as exportações registado um crescimento na ordem dos 3%, o que, segundo a FPAS, se traduz num aumento do volume de negócios no setor, que, depois de uma crise, dos 490 milhões de euros atingidos em 2015, passou para os 507 milhões de euros em 2018. Em valor, a suinicultura cresceu cerca de 17 milhões de euros nesse período.
Neste contexto, e seguindo o caminho do crescimento, a aposta na exportação é fundamental, com a China a representar, de acordo com a federação, “mais do dobro das atuais exportações para todos os mercados ativos.”
Ora, em janeiro de 2020, passa um ano da primeira expedição, para a China, de 270 toneladas de carne de porco, no valor de um milhão de euros. Dez contentores saíram das instalações industriais da Maporal, em Reguengos de Monsaraz, passando pelo porto de Sines, e tendo como como destino final a província chinesa de Hunan, com 73 milhões de habitantes.
Uma operação liderada pela Agrupalto – Agrupamento de Produtores Agropecuários, que comprou o matadouro de Reguengos de Monsaraz para trabalhar, exclusivamente, para o mercado chinês. Um investimento de quatro milhões de euros, a que se juntam mais seis milhões para transformar a Maporal, até ao final de 2020, na maior unidade de abate nacional.
Atualmente com 90 trabalhadores, quando estiver a trabalhar em pleno a empresa deverá empregar cerca de 200 pessoas, efetivando-se as expectativas de exportação de 15 mil porcos (mais de mil toneladas) por semana para o mercado chinês. Estima-se que as exportações para a China rondem os 16% da produção nacional, no corrente ano, e os 30% em 2020, representando cerca de 200 milhões de euros/ano.
Foto: Rosário Silva/ RR