Barrancos: Autarquia defende apoios às empresas para criar postos de trabalho.


Os números dos “Censos 2021” divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas não apanharam de surpresa o autarca de Barrancos. Um dado incontornável é o facto de todos os anos no concelho, o número de mortes supera em muito o número de nascimentos.

A realidade é que o Município decresceu 21,8% no registo populacional o que na década de 2011 a 2021 significou a perda de 399. Em 2011 a população residente em Barrancos era de 1.834 pessoas e em 2011, esse número baixou para 1.435.

Ouvido pelo Lidador Notícias (LN), o presidente da Câmara de Barrancos, João Serranito Nunes defende que “o Estado/Governo apoie as empresas para estas se fixarem e criarem empregos”, reconhecendo que o Município, em 2022, nas transferências do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) “seguramente vamos sofrer uma grande penalização”, concluiu

Lidador Notícias (LN) Que comentário merecem estes números ?

João Serranito Nunes (JSN): “Não são uma surpresa face ao que assistimos no dia-a-dia, bastando ver o estado sociológico do Município onde se registam por ano 10/12 nascimentos e 30/40 falecimentos. Só aqui faltam mais de 200 pessoas”.

LN: Que medidas deve tomar o Governo para reverter estes números ?

JSN: “Venham os apoios de onde vierem, o que é preciso é saber o que fazer com o Interior. Não aceito Barrancos como interior quando está encostado à fronteira e que tenha um tratamento igual a Aljustrel ou Ourique. É preciso que o Estado/Governo apoie as empresas para estas se fixarem e criarem empregos. Sem esse apoio não é possível inverter esses dados. Para ter médicos ou professores, tem que existir um diferenciamento mais positivo para estes territórios. Um exemplo importante é o modelo de desenvolvimento rural que não existe”.

LN: Que medidas vai a Autarquia tomar para reverter estes números ?

“Em termos de fundos estruturais não temos meios, somos facilitadores e pouco mais. Criámos uma incubadora de empresas, facilitamos um ano ou dois, mas os sinais são muito fracos. Na saúde e acessibilidades não temos competências para trazer mais e nova gente”.

JSN: De que forma, em percentagem e valor, pode o município ser afetado em 2022, nas transferência do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF), Lei das Autarquias Locais ?

“Ainda não fiz contas, mas seguramente vamos sofrer uma grande penalização. O que o Governo deve fazer para minimizar os problemas para com Municípios penalizados como Barrancos, é manter a transferência das verbas feitas em 2021. Já não desajudava”.

Segundo os números do INE, Portugal contabiliza 10 347 892 residentes, menos 214 286 do que há dez anos, um decréscimo de 2%. População está cada vez mais concentrada no litoral.

Teixeira Correia

(jornalista)


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