Beja: MP deduz acusação contra homicida de Francisco Ferro.


Manuel dos Santos, o confesso homicida, matou amigo com seis facadas no quarto que lhe alugara. Está acusado de homicídio qualificado e detenção de arma proibida. Arrisca 25 anos de prisão.

O Ministério Público (MP) de Beja acusou Manuel dos Santos Mendes, conhecido como “Blé Açorda”, de 59 anos, como autor do crime de homicídio qualificado do seu amigo Francisco Ferro, vulgo o “Chinês”, de 63 anos, morto com seis facadas.

Tanto à PJ como ao juiz de Instrução, o arguido confessou o crime, que terá resultado de ofensas do amigo, assumindo remorsos pela morte deste e mostrou-se disponível para cooperar com a justiça.

O crime ocorreu cerca das 13,30 horas, do dia 26 de maio do ano passado, na casa do arguido, em Beja, com seis facadas: que atingiu a vítima na zona do tórax e abdómen, que lhe perfuraram o pulmão e o diafragma do lado direito e lhe provocaram a morte, segundo MP.

Em outubro de 2019, Manuel Mendes tinha alugado um quarto a Francisco Ferro, na habitação localizada a menos de 100 metros do Estabelecimento Prisional de Beja, numa rua paralela ao local onde o indivíduo se encontra em prisão preventiva.

De acordo com o despacho de acusação a que o Lidador Notícias (LN) teve acesso, “a coabitação dos dois indivíduos foi pautada por constantes discussões por causa da limpeza e arrumação da casa, durante as quais a vítima insultava o arguido. Naquele dia, este muniu-se de uma faca e quando o outro estava sentado na cama de costas para a porta desferiu-lhe os seis golpes”.

Depois do crime, “Blé Açorda” lavou as mãos e braços, mudou de roupa, saiu de casa, abandonando a arma do crime no local, andou cerca de 200 metros, foi a um café próximo e pediu para chamarem um táxi. Ao taxista, o homicida pediu que o levasse ao Jardim do Tribunal, nas traseiras da Esquadra da PSP, onde depois de andar mais 200 metros, entrou e confessou ter morto um homem. Agentes da PSP foram a sua casa e encontraram o corpo da vítima, prostrado na cama num banho de sangue.

O dia seguinte ao crime o LN conversou com o taxista que transportou o homicida, que pediu para não ser identificado, que começou por dizer que “já tinha transportado o individuo várias vezes. Não houve qualquer sinal ou conversa que deixasse perceber o que se passara”, justificando que “só uma hora depois é que soube do crime”, rematou.

“Eram 13,54 horas, quando recebi uma chamada para transportar um cliente. Perguntou-me se o tribunal estava aberto, mas não explicou porquê. Pediu-me para o deixar junto ao jardim. Pagou-me e abalei”, sustentou.

Manuel Mendes está acusado de um crime de homicídio qualificado e outro de detenção de arma proibida e de acordo com o diverso articulado punitivo do código penal suscitado no despacho de acusação, arrisca a pena máxima, 25 anos de prisão.

O julgamento será realizado com o recurso a um Tribunal Coletivo e está agendado para o próximo dia 2 de março.

Teixeira Correia

(jornalista)

 


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