INEM: CODU envia meios de socorro para a cadeia de Beja quando eram para Tires.


O alerta chegou ao CODU dando conta que uma mulher estava em PCR (Paragem Cardio-Respiratória) no Estabelecimento Prisional de Tires, mas por motivos desconhecidos os meios do INEM foram enviados para o EPBeja.

O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa enviou por engano os meios de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para o Estabelecimento Prisional de Beja (EPBeja), que se destinavam ao EPTires.

O alerta para os Bombeiros Voluntários de Beja foi dado às 12,17 horas para prestarem assistência a uma mulher vítima de enforcamento no interior no EPBeja, tendo sido deslocada uma ambulância do INEM colocada na corporação alentejana.

A viatura médica de emergência e reanimação (VMER) também foi acionada para o local, mas por estar indisponível, acabou por não comparecer na cadeia.

Após a chegada ao portão do estabelecimento prisional o condutor da ambulância apitou por diversas vezes mas os portões não eram abertos, situação presenciada pelo Lidador Notícias(LN), uma vez que os guardas prisionais que controlam as entradas de viatura desconheciam a entrada de qualquer veículo.

Só depois de estar no interior da cadeia e preparados para prestar o socorro à vítima, os bombeiros foram informados pela central telefónica da corporação que havia um erro no alerta do CODU, uma vez que a emergência era no Estabelecimento Prisional de Tires (Sintra)

O LN apurou que posteriormente o CODU alertou a VMER do Hospital de Cascais e dos Bombeiros da Parede, que se limitaram a confirmar o óbito da mulher, Maria Malveiro, que cumpria 25 anos de prisão por vários crimes, entre eles o de homicídio qualificado de Diogo Gonçalves ocorrido no Algarve, em março de 2020.

Por mail o Lidador Notícias colocou diversas questões às Relações Públicas do INEM, nomeadamente sobre a troca de Estabelecimentos Prisionais para o socorro foi acionada e sobre a inoperacionalidade da VMER de Beja, mas não recebeu qualquer resposta.         

Na manhã desta quinta-feira chegou a resposta do INEM

O INEM recebeu às 12h13 um pedido de ajuda via Central 112 para a referida vítima, tendo sido realizada a triagem clínica da situação. Às 12h23 os Bombeiros Voluntários (BV) da Parede e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Cascais foram acionados para o EP Tires.

Durante as chamadas de socorro, a vítima encontrava-se acompanhada por uma equipa de saúde (Enfermeiro e Médico) do Estabelecimento Prisional de Tires, que iniciou o socorro preconizado neste tipo de situação.

À chegada dos meios de emergência ao local, foram continuadas as manobras de reanimação com recurso a Desfibrilhador Automático Externo por parte dos BV da Parede e, posteriormente, manobras de Suporte Avançado de Vida pela equipa médica da VMER de Cascais, lamentavelmente sem sucesso.

O INEM confirma que o evento estava referenciado pela Central 112 como sendo no Estabelecimento Prisional de Beja, informação que foi identificada como incorreta pelo CODU alguns minutos depois da primeira chamada, motivando a desativação dos Bombeiros Voluntários de Beja, acionados inicialmente.

Apesar da pronta resposta que foi assegurada, a situação acima descrita encontra-se em processo de averiguação para análise de procedimentos.

Mulher que matou homem no Algarve encontrada morta na prisão de Tires.

Maria Malveiro tinha sido condenada a 25 anos de cadeia, por ter assassinado Diogo Gonçalves, em Albufeira, em 2020. Estava presa na cadeia de Tires, no concelho de Cascais.

Um das duas mulheres condenadas, a 27 de abril de 2021, pelo assassinato e desmembramento, em março de 2020, de um homem de 21 anos foi encontrada, esta quarta-feira, morta na cela, na prisão feminina de Tires, no concelho de Cascais.

“A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais [DGRSP] informa que, lamentavelmente, se registou, ao final da manhã de hoje, dia 29 de dezembro, um morte por suicídio no Estabelecimento Prisional de Tires”, confirmou, ao JN, o organismo.

Maria Malveiro, de 19 anos, tinha “optado por ficar no seu espaço celular, não usufruindo o recreio da manhã”, tendo sido “encontrada por elementos da vigilância na abertura das celas para o almoço”.

A jovem “foi imediatamente assistida pelos Serviços Clínicos do Estabelecimento (médica e enfermeira)”, que ainda “tentaram a reanimação”, mas o óbito acabou por ser declarado no local pelo INEM.

Teixeira Correia

(jornalista)


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